Os 350 vendedores ambulantes do Centro Histórico de Salvador agora contam com materiais padronizados. A Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) distribuiu 50 crachás de identificação, 350 coletes e 100 coolers térmicos, com capacidade para 100 latinhas.
Semop distribuiu crachás, coletes e coolers térmicos (Foto: Almiro Lopes)
A ação da prefeitura funcionou como piloto de um plano de capacitação e regularização dos comerciantes que atuam na capital. De acordo com a Semop, a padronização dos vendedores é importante para que haja um controle do número de trabalhadores no espaço público. “Com isso, evitamos que ambulantes de outras áreas venham trabalhar no Pelourinho sem ter a licença”, afirmou a titular da Semop, Rosemma Maluf. Atualmente, o Centro Histórico conta com cerca de 550 ambulantes de segmentos como bebidas, alimentação e artesanato. A artesã Marilda Oliveira, 50 anos, vende bonecas de pano, ímãs e chaveiros na Praça da Sé, há quase 20 anos. “Os equipamentos padronizados ajudam a expor nossos produtos, que ficam mais atrativos para os turistas”, afirma ela, que, além do colete e crachá, também ganhou uma barraca.
A artesã Marilda Oliveira, 50 anos, vende bonecas de pano, ímãs e chaveiros na Praça da Sé (Foto: Almiro Lopes)
Para a vendedora de bebidas Maria Emília da Silva, 33, a situação melhorou porque, agora, não precisa ficar correndo dos fiscais da prefeitura. “Antes a gente vinha com isopor e se escondia nos becos para não ser pego. Era uma disputa para ver quem ficava na frente”, relata ela, que trabalha na região há três anos. “Agora podemos vender tranquilamente porque estamos regularizados, e os coolers gelam bem melhor que o isopor”. Parte dos ambulantes que receberam os equipamentos passou por uma capacitação, realizada pela Semop em conjunto com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), em novembro de 2015. “O curso foi voltado para o atendimento, noções básicas de inglês e também ensinou eles a cuidar do espaço público”, disse a secretária. Um dos ambulantes capacitados foi Raimundo de Oliveira, 63. Trabalhando no ramo há 15 anos, ele diz que já entende a língua dos turistas. “Falar eu não sei, mas já sei quando eles querem água ou cerveja”, brinca o vendedor.
Maria Emília Silva e Maria Sebastiana Bonfim: sem precisar fugir dos fiscais (Foto: Almiro Lopes)
Segundo ele, os novos materiais estão fazendo sucesso. “Para mim está sendo ótimo, está até ajudando na hora de vender. O pessoal vê que tá padronizado e compra mais”, conta. Ainda não há novas edições do curso previstas para este ano. Para Rosemma, esse comércio informal não pode ser desprezado. “Precisamos melhorar a qualidade desse comerciante de rua para que ele saia da informalidade e se torne um microempresário empreendedor”. Segundo a secretária, as próximas regiões beneficiadas serão o Farol da Barra, Bonfim e o entorno do Mercado Modelo. Ela acredita que, dentro de 30 dias, o trabalho no Pelourinho deve estar concluído, e as próximas ações já estão sendo programadas.