Amigos, familiares e alunos compareceram nesta terça-feira (13) a uma cerimônia de despedida da servidora da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Selma Barbosa Alves, 53 anos, morta durante um assalto na madrugada de segunda-feira (12). O cinegrafista Paulo da Silva, que trabalhou com Selma no laboratório de TV e vídeo da Faculdade de Comunicação (Facom), disse que a colega vivia dedicada ao trabalho e aos estudos. Segundo ele, ela saia pouco, e geralmente para um centro espírita. "Ela tinha medo da violência em Salvador", diz o cinegrafista. O irmão de Selma, Lenilson Barbosa, veio de Natal para cuidar de detalhes do traslado do corpo da servidora, que será sepultado na capital do Rio Grande do Norte. "Eles (os assassinos) não sao nem qualificados como animais, eles são qualificados como selvagens, como bárbaros", desabafou. Também estiveram na despedida professores da Facom e a reitora da Ufba Dora Leal. O corpo de Selma segue para Natal, onde será enterrado nesta quarta-feira. O cinegrafista Paulo deve representar a Ufba no sepultamento.
A polícia procura os dois suspeitos pela morte de Selma. Segundo a Polícia Civil, o retrato falado dos suspeitos será divulgado nesta quarta-feira. CrimeSelma foi baleada após parar o carro para deixar uma amiga em casa, na rua Arthur de Azevedo Machado. Ela teve o veículo fechado por um Celta preto, de onde desceu um homem armado, que atirou em sua cabeça, retirou o corpo do carro, um Punto, e fugiu com o comparsa. Selma, que coordenava o Laboratório de Vídeo da Faculdade de Comunicação da Ufba (Facom), onde trabalhava há mais de 20 anos, costumava frequentar o centro espírita aos domingos. Mas, dessa vez, havia passado a noite em casa, nas imediações do Centro de Convenções, estudando com uma colega do curso de Pós Graduação em Gestão de Processos Universitários, da Ufba. “Como demorou muito e ficou tarde, ela veio me trazer em casa. Acho que ela me esperou entrar no prédio”, contou a colega Conceição Leão, 43, técnica administrativa da Ufba. Segundo Conceição, Selma parou o carro — um Punto prata, placa NZY-4231 — em frente ao prédio onde ela mora, o Condomínio Edifício Vila do Mar. As imagens das câmeras de segurança do prédio registraram a ação da dupla de bandidos. Ao descer do veículo, Conceição disse ter notado que um Celta preto (placa NYT-5784) se aproximava. “Eu percebi que eles não seguiram a pista e apontaram em direção a ela. Peguei a chave, mas não consegui abrir o portão. O porteiro abriu e, quando me virei, eles já estavam em cima dela, atirando. Foi muito rápido”, relatou. Ela não acredita que Selma tenha notado a chegada da dupla. “Eu vi porque estava fora do carro”, disse. Assustada, Conceição subiu pelo elevador do prédio gritando por socorro. Ela chamou a polícia, que iniciou uma perseguição aos bandidos. Mas, para Selma, era tarde. Quando o Samu chegou, Selma já estava morta. Roubosseguidos Após o disparo, a dupla de bandidos retirou o corpo de Selma do carro e o abandonou no asfalto. Em seguida, fugiram com o carro da vítima, na contramão, deixando o Celta que haviam usado para chegar até o local do crime. Segundo o delegado Marcos César, da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV), o Celta era roubado. A delegada titular da 9ª DT (Boca do Rio), Rogéria Araújo, informou que a dupla havia atacado um cliente do Bradesco de Itapuã duas horas antes do latrocínio (roubo seguido de morte) de Selma. Dele, roubaram o Celta. Ontem, o cliente do banco forneceu informações para o retrato falado dos assaltantes. O material está sendo elaborado pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT). A delegada já solicitou as imagens do circuito de câmeras ao Bradesco e também já dispõe do vídeo registrado pelas câmeras do prédio de Conceição. “Uma equipe da 9ª DT está refazendo o trajeto feito pela vítima e, provavelmente, pelos criminosos, no Costa Azul, buscando identificar testemunhas e câmeras de outros prédios da região, que possam contribuir com as investigações”, disse. FugaLogo após sair com o carro de Selma, a dupla foi perseguida por viaturas da Operação Gêmeos, da Apolo e da Rondesp Atlântico até as imediações do Aeroclube. Depois de baterem contra o meio-fio em frente a um posto de gasolina no Jardim Armação, eles abandonaram o veículo e fugiram a pé. “Um dos bandidos correu em direção a uma vala, em um matagal, atrás de um campo de futebol que tem por ali”, contou o tenente Marcelo Tonete, da Operação Gêmeos, que participou da diligência. Segundo o tenente, o bandido entrou no esgoto que tem uma saída subterrânea que dá acesso ao mar. O outro seguiu por uma rua das imediações e também não foi encontrado. Tonete afirmou que os policiais também entraram no esgoto, mas tiveram que recuar por conta da quantidade de água, que já passava dos joelhos. O estudante de publicidade Eric Braga, de 19 anos, testemunhou a perseguição: “Eu vi muitas viaturas saindo da delegacia do Aeroclube e ouvi muitos tiros durante cerca de dez minutos, ou mais. Moro em um prédio e mesmo assim deitei no chão com medo das balas. Foi aterrorizante”, contou. “Depois, teve um intervalo de uns cinco minutos e mais três tiros. Foram cerca de 25 tiros”, completou. As buscas ainda duraram cerca de três horas, mas os dois bandidos não foram encontrados. Segundo Tonete, a Operação Gêmeos aguarda diretrizes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) para dar continuidade aos trabalhos. O titular da Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV), delegado Marcos César da Silva, disse que investiga o crime paralelamente. “O roubo de veículo mudou muito. Hoje, é um crime-meio para praticar outros crimes, como roubos, tráfico. Não existe mais aquele modelo de carro mais visado, o pessoal tem elegido a facilidade em render a vítima”, declarou. Matéria original: Correio 24h Amigos participam de cerimônia em homenagem a servidora da Ufba morta em assalto
Irmão de Selma recebe abraço em cerimônia de despedida |
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