O desabamento do antigo Centro de Convenções de Salvador completou sete anos no sábado (23). Desde então, o equipamento segue em ruínas e o que chama atenção é que o terreno, onde fica a estrutura, foi avaliado em R$ 300 milhões.
A avaliação foi realizada em 2021. Segundo informações do g1 bahia, o Governo da Bahia foi acionado para dar um posicionamento sobre o abandono da estrutura. Mas, até o momento, a reportagem não teve resposta.
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Na noite do desabamento, dois policiais militares do Batalhão Especializado de Polícia Turística ficaram feridos. Uma terceira policial, que também estava no local, passou mal com o susto. Todos foram socorridos e levados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para um hospital e liberados em seguida.
Histórico
O antigo Centro de Convenções foi erguido em 1979, e era um importante equipamento para a realização de eventos na capital baiana. O moderno edifício chegou a ser comparado a uma refinaria, mas acabou incorporado à paisagem urbana, em meio aos bairros do Stiep e da Boca do Rio.
A modernidade, no entanto, não resistiu à ação do tempo e desabou por falta de manutenção e oxidação das estruturas, conforme laudo do Departamento de Polícia Técnica (DPT), divulgado em 2017 — pouco mais de um ano após o incidente.
Cerca de um ano e meio antes de desabar, o antigo Centro de Convenções havia sido interditado, depois que a Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom) constatou a falta de projeto e equipamentos de incêndio e pânico, e de manutenção predial.
Ainda em 2015, o governo abriu licitação para as obras emergenciais, que custariam R$ 5,3 milhões. A empresa Metro Engenharia e Consultoria Limitada, cujos principais clientes são prefeituras e o próprio governo estadual, venceu a licitação. Apesar disso, as obras não foram realizadas.
Quatro dias depois da queda da estrutura, em setembro de 2016, o Governo da Bahia informou que o edifício seria demolido. Dois meses depois, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) penhorou o Centro de Convenções, para garantir o pagamento de dívida trabalhista avaliada em R$ 50 milhões da Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia (Bahiatursa).
Só em dezembro de 2019, que o Governo da Bahia anunciou o leião do espaço. Mas, a situação não foi concretizada. Em junho de 2021, o Estado enviou à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) um projeto de lei para a venda de 27 imóveis, incluindo o antigo Centro de Convenções.
Apesar disso, uma liminar da Justiça impediu a votação do projeto de vendas, dando um prazo de 10 dias para o órgão dar detalhes técnicos, jurídicos e sociais. O destino da estrutura segue incerto.
Salvador ficou por três anos sem um espaço de convenções, para a realização de feiras, eventos e congressos. Em janeiro de 2020, a prefeitura da capital inaugurou uma estrutura semelhante, na orla da Boca do Rio.
Redação iBahia
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