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SALVADOR

Após incorporar funções de banco, lotéricas sofrem com assaltos

Somente neste ano, 59 lotéricas foram roubadas em Salvador. A última ação aconteceu no Rio Vermelho, na noite de terça-feira

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12/07/2012 às 8:37 • Atualizada em 08/09/2022 às 16:15 - há XX semanas
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Pagamentos de conta de água, luz, telefone, boletos bancários, além de aberturas de contas, saques e até empréstimos consignados. As casas lotéricas incorporaram funções que antes eram privativas dos bancos, mas estão longe de ter a segurança de uma agência financeira. E, quanto mais serviços oferecem aos consumidores, mais esses estabelecimentos aumentam a movimentação de dinheiro e passam a ser alvos fáceis para criminosos.
Mesmo com circuito de TV, seu Gilson reclama: grades e as câmeras não têm sido suficientes para reduzir número de assaltos que amedrontam também os clientes das lotéricas (Fotos: Evandro Veiga)
Somente neste ano, 59 lotéricas foram roubadas em Salvador. A última ação aconteceu no Rio Vermelho, na noite de terça-feira. Bandidos arrombaram a loja Loterias Pé Quente, na rua José Tabuada, próximo à academia Vila Forma. Segundo funcionários, os ladrões aproveitaram que o estabelecimento não tem câmeras e nem alarmes e levaram toda a quantia de um dos cofres, que foi arrombado. Este foi o segundo roubo registrado na loteria neste mês. No dia 5, cinco homens armados levaram uma certa quantia em dinheiro. “Dois aguardavam dentro de um carro, enquanto os demais recolhiam dinheiro dos guichês e dos clientes”, conta uma jovem, que trabalha no caixa. Segundo alguns donos de lotéricas ouvidos pelo CORREIO, as apostas hoje são a atividade menos executada em seus estabelecimentos. “Hoje, as lotéricas são ‘minibancos’, mas sem estrutura. Se funcionamos como bancos, deveríamos ter um sistema de segurança para bancos, como porta giratória e segurança armada”, diz o proprietário da Axé Loterias, Gabriel Araújo, 21 anos. Mas, segundo ele, seria necessário além da autorização da Caixa Econômica Federal, que o próprio banco arcasse com as despesas. “Algumas lotéricas estão tendo dificuldades para botar a blindagem, que custa em média R$ 30 mil”, conta o empresário. A loja dele, instalada no primeiro andar da Estação da Lapa foi assaltada anteontem por dois homens, que usavam paletó. A ação da dupla de criminosos causou tumulto e o assalto ocorreu a poucos metros do módulo policial que funciona na própria estação. Cadeados Apesar das câmeras, sensores e até segurança de rua, o dono da Lotérica Santa Cruz, situada na Avenida Joana Angélica (Centro), Gildo Lemos Couto, 72 anos, diz que a insegurança é constante. “É mais fácil ganhar na loteria do que um policial passar por aqui”, diz o empresário que, apesar dos dispositivos eletrônicos na loja, todos os dias leva cerca de 20 minutos para abrir 14 cadeados para entrar em sua propriedade. Ele também defende que as loterias devem ter portas giratórias e segurança armada. “Já tentaram assaltar aqui algumas vezes e numa delas atiraram em mim três vezes”, conta ele, que tem 40 anos no ramo. Na ocasião, Gildo tentou dominar o assaltante, que na fuga atirou. “Os tiros não acertaram, mas eu peguei o comparsa dele e o entreguei à polícia”. O empresário pagou R$ 1.500 por uma porta de aço, que ficará no corredor que dá acesso ao cofre. Duas grades reforçadas, tela de madeira nos guichês para dificultar a observação nas dependências da lotérica, porta de aço, além de câmeras e sensores de presença. É desta forma que o dono da Loterias Relil, na Barra, tenta evitar que sua loja seja mais uma a engrossar as estatísticas da Polícia Civil. “Realmente as lotéricas funcionam como pequenos bancos. O ideal é que também tenhamos segurança ostensiva”, diz o empresário.
Blindagem Para o vice-presidente do Sindicado dos Lotéricos e Assemelhados da Bahia (Sinloba), Valter de Jesus, só as portas giratórias e a segurança armada não são a solução para reduzir os assaltos. “Não temos espaço para porta giratória e quanto a segurança armada, a violência gera violência. Se todas as lotéricas fossem blindadas, resolveria 90% dos problemas. É normal que algumas pessoas discordem, mas esta é a opinião do sindicato”. Em nota, a Caixa Econômica Federal informou que a unidade lotérica é uma empresa privada, prestadora de serviços públicos. A Caixa esclareceu ainda que exige alguns itens mínimos de segurança, tais como cofre, alarme e circuito de imagens e que estimula os empresários a investir , “por meio de remuneração adicional mensal exclusivamente para investimento em segurança, na ordem de R$ 242 milhões por ano”. Atualmente, concluiu a CEF, todas as lotéricas com movimentação mais expressiva de valores utilizam cofre boca de lobo e carro-forte, sendo que algumas também possuem guichês blindados.
Clientes só podem entrar em lotéricas após tirar capaceteEm Vitória da Conquista, a 509 quilômetros de Salvador, devido a quantidade de assaltos com bandidos sobre duas rodas, seguranças das lotéricas estavam abordando pessoas que entravam usando capacetes. “Não tem por que alguém esconder o rosto quando entra numa lotérica, local onde circula muito dinheiro. Então, a gente orienta o segurança a fazer as abordagens. Enquanto não tirar o capacete, não entra”, conta o proprietário de uma casa lotérica situada no centro do município. Segundo ele, na região, é comum o ladrão agir com o capacete por causa das câmeras e fugir na garupa de uma moto. Em Feira de Santana, localizado a 108 quilômetros da capital baiana, alguns donos de lotéricas também estam impedindo a entrada de motociclistas com capacetes nos estabelecimentos. DICAS DE SEGURANÇA* - Armas: Jamais tenha armas em casa ou na lotérica: elas aumentam o fator de risco, não de segurança - Reação: Nunca reaja à ação de um criminoso, tentando agredi-lo ou agarrá-lo - Como agir: Não encare o delinquente diretamente. Pode ser considerado provocação ou uma tentativa de gravar a fisionomia. Observe características físicas do veículo utilizado na fuga. - Dinheiro: Quantidades maiores de dinheiro devem ser removidas dos caixas - Cofre: Recomenda-se a utilização de cofres boca de lobo para o recolhimento periódico de dinheiro, evitando facilitar o acesso de delinquentes ao numerário - Informações: Não fornecer informações por telefone que comprometam a segurança da lotérica, tais como: destino do proprietário, valores disponíveis, número de funcionários - Cartazes: O acúmulo de banners, cartazes e propaganda reduz a visibilidade do que acontece na lotérica e na rua defronte pode facilitar a ação de um delinquente *Fonte: CEF Matéria original do CorreioApós incorporar funções de banco, lotéricas sofrem onda de assaltos em Salvador

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