Após ser acusado de roubar um celular, um homem identificado como Jailson Santos denuncia uma agressão dentro do Shopping Paralela, na última segunda-feira (6). Segundo informações do Jornal Correio, a vítima teria ido ao centro de compras para comercializar o aparelho e foi acusado por uma advogada, que tinha marcado o encontro para adquirir o item.
"Por volta das 14h, Jailson marcou com uma pessoa, pela Olx, para mostrar o aparelho no Shopping Paralela. Foi um Iphone 11 comprado na Itália, pelo valor aproximado de R$3 mil reais, em novembro de 2022. Chegando lá, ele foi abordado por uma mulher que, no momento posterior, se identificou como advogada. Durante a conversa, enquanto ela olhava o aparelho, três homens chegaram dizendo 'perdeu, perdeu, perdeu' e que o aparelho era roubado", relata o advogado de Jailson ao jornal Correio.
Ainda segundo o relato do advogado, os homens se identificaram como policiais militares e afirmaram que o celular na posse de Jailson tinha sido roubado na última quinta-feira (2). Em seguida, acompanhados de um segurança do shopping, os três levaram Jailson a uma sala localizada perto da praça de alimentação, para um interrogatório. Foi neste local que o homem foi agredido.
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Jailson pediu para parar a tortura e solicitou que fosse levado à delegacia, onde poderia provar sua inocência. Lá, um amigo de infância, que teria sido o primeiro comprador do celular, levou a caixa que continha o número do IMEI do aparelho. O número em questão era o mesmo número no IMEI no fundo do aparelho de Jailson. Ainda assim, a advogada teria afirmado que a placa do aparelho foi trocada e que Jailson estava mentindo.
Com a coincidência entre o IMEI da caixa e do aparelho, Jailson foi liberado pela delegada da Central de Flagrantes, mas não para de reviver o trauma. "Ele está com síndrome do pânico, não consegue sair de casa e está com medo, porque foi ameaçado de morte pelos policiais", diz o advogado.
Em nota, a Polícia Militar da Bahia (PM/BA) informou que policiais da 82ª CIPM foram acionados a partir de uma denúncia que apontava um "homem, acusado de ter roubado um aparelho celular no último dia 2, estava detido nas docas de um shopping center na Avenida Paralela. No local, a guarnição manteve contato com acusado e denunciante, que apresentou um boletim de ocorrência que registrava o fato. As duas partes foram conduzidas para a Central de Flagrantes para esclarecimentos."
A PM não respondeu se os policiais teriam ou não agredido Jailson e, a respeito de conduta referentes a policiais militares, a corporação disponibiliza os canais de comunicação institucionais para recepcionar os relatos, a exemplo do 0800 284 0011 (Ouvidoria) e o endereço da Corregedoria geral da corporação, localizada na Rua Amazonas, nº 13, Pituba.
Também em nota, a Polícia Civil informou que o homem "foi conduzido por uma guarnição da 82ª CIPM para a Central de Flagrantes, na noite de segunda-feira (6), suspeito de tentar vender um celular com restrição de roubo. A ação ocorreu no estacionamento de um shopping, na Avenida Paralela. Autuado por receptação, ele ficou à disposição da Justiça."
O que diz o Shopping Paralela e a advogada
Em nota, o Shopping Paralela informou que, assim que soube da ocorrência, a equipe de segurança acionou a Polícia Militar e encaminhou os envolvidos para uma sala de espera até à chegada da polícia, que os levou à delegacia.
"O centro de compras ressalta que não admite qualquer forma de agressão em suas dependências e está à disposição das autoridades para esclarecimentos", finalizou.
O CORREIO tentou ouvir a advogada que acusou Jailson, mas ela preferiu não dar entrevista. Até o momento, a mulher não se pronunciou sobre o caso
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Redação iBahia
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