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SALVADOR

Atalhos para o crime: traficantes atiram em PMs e fogem por um dos 50 becos do Nordeste

A ocorrência representa mais uma das dificuldades enfrentadas pela SSP com a implantação das três bases comunitárias de segurança no complexo

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30/11/2011 às 9:39 • Atualizada em 04/09/2022 às 7:06 - há XX semanas
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A suspeita era de que os dois homens estivessem traficando na rua do Campo, no Vale das Pedrinhas. Ao avistarem os dois rapazes, dois policiais militares da Base Comunitária do Complexo do Nordeste de Amaralina, que faziam ronda na madrugada de ontem, chegaram a descer da viatura, mas os suspeitos atiraram na direção dos PMs e conseguiram fugir pelos becos estreitos do bairro. A ocorrência representa mais uma das dificuldades enfrentadas pela Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA) com a implantação das três bases comunitárias de segurança no complexo. A estimativa é que existam mais de 50 atalhos semelhantes ao utilizado pelos suspeitos na fuga. Por conta do acesso estreito, o policiamento nessas áreas é dificultado. “Tem áreas onde a polícia não chega com a viatura. São essas áreas onde o tráfico persiste pulverizado. Hoje, não há liderança (do tráfico). O que tem é a persistência dos que resistem”, afirmou o secretário da Segurança Pública, Maurício Barbosa. Dificuldades como os atalhos usados pelos criminosos e as 48 vias de acesso que o complexo possui motivaram a mudança de comando das três bases comunitárias de segurança instaladas em setembro deste ano. Cada uma das bases, antes comandadas pela capitão Roseane Guimarães, tem uma nova chefia e todas elas respondem ao comandante-geral da área, o major Ricardo Passos, comandante da 40ª Companhia Independente da Polícia Militar. Dificuldades“O marginal disparou contra a viatura. Nenhum policial ficou ferido. Os dois homens conseguiram fugir pelos atalhos”, contou o major. Ao contrário do Calabar, onde foi implantada a primeira base comunitária, o complexo do Nordeste apresenta particularidades. “Calabar dá para fazer policiamento com o número queestá lá. Calabar é fácil. Só tem quatro vias de acesso. Já na área do Complexo do Nordeste são 48 vias. No Nordeste, só de trilhas a pé tem mais de 50”, destacou o major. Outro problema, apontado por Passos, é que metade dessas áreas não permite o policiamento motorizado. “Enquanto no Calabar dá para fazer, em alguns locais do Nordeste tem que ser feito a pé. Na localidade das Casinhas, por exemplo, tem acesso que não dá para passar nem dois policiais um ao lado do outro. São vias de acesso estreitas. Tudo isso requer policiamento e preocupação. Quanto mais vias, mais difícil o controle”, acrescentou ele. Para o secretário da Segurança Pública, as mudanças no comando das bases ocorreram por conta de diferenças entre os bairros, principalmente pela geografia do Nordeste. “Fizemos alguns aperfeiçoamentos pela complexidade do Nordeste. São realidades diferentes. O Nordeste é muito maior”, explicou. Melhorias Sobre as ocorrências registradas no complexo desde a inauguração das bases, o secretário destacou que houve uma redução de 62,9%, na comparação com 2010. “Não há uma forma específica. Estamos encontrando nossa forma. O Nordeste apresentou suas peculiaridades. Estamos nos adequando a elas”, complementou. “Todos os líderes que atuavam no Nordeste estão fora da área, inclusive a grande maioria está no interior e fora do estado. O que ficou é gerente de tráfico de 17 a 19 anos e que não tem condições de montar em outro lugar”, acrescentou o major Passos. Para a ajudante de cozinha, Ana Cristina Almeida, que mora no bairro desde que nasceu, a mudança tinha que ser feita. “Se não estava dando certo, tem que mudar mesmo até que fique tudo bem. O que nós precisamos é de segurança. A vagabundagem já diminuiu bastante, mas tem que melhorar um pouco mais”. AbusosUm pintor de 47 anos, que há 20 anos mora no Vale das Pedrinhas e não quis ser identificado, reclamou das abordagens dos PMs. “O negócio da base é que está faltando educar os policiais para abordar a comunidade. Eles chegam xingando muito e são agressivos”. O major Passos disse que qualquer tipo de abuso por parte dos PMs deve ser denunciado. “A queixa que eles têm é das tropas táticas, como a Rotamo e a Rondesp, que vêm fazer operações pontuais e têm algumas ações mais enérgicas. As queixas não são dos policiais das bases comunitárias. Se tiver algum policial da base que agrida alguém do complexo, eu de imediato retiro daqui”, finalizou o major.

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