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SALVADOR

Baixa dos Sapateiros atrai consumidor pelo preço

Sebrae divulga pesquisa sobre hábitos de consumo na Baixa dos Sapateiros e Barroquinha

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27/04/2012 às 8:34 • Atualizada em 11/09/2022 às 17:20 - há XX semanas
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O que você consegue comprar no shopping com R$ 50? Pois na Baixa dos Sapateiros dá para fazer a festa. É esse o valor que a maioria dos frequentadores do local (31,09%) costuma gastar em suas compras. E, na contramão da febre dos cartões de crédito, esses consumidores pagam suas compras à vista, em espécie. Foi o que revelou um levantamento do Sebrae, para estudar os hábitos de consumo das pessoas que frequentam a Baixa dos Sapateiros e a Barroquinha. A pesquisa indicou que o público mais frequente na Baixa dos Sapateiros é de pessoas de baixa renda. Percentual de 41,34% dos consumidores recebe de um a dois salários mínimos, e 32,86% têm rendimento de até um salário. Somadas, essas duas fatias perfazem o total de 74,2%. Pessoas que recebem mais do que cinco salários são minoria: apenas 0,71% dos frequentadores. Como consequência do perfil desses clientes, a maioria paga suas compras em dinheiro: 65,37%. O cartão de crédito fica bem atrás, com 32,51%, sendo que entre esses consumidores, a maioria prefere comprar parcelado. Além disso, 55% gastam até R$ 100 num dia de compras. As confecções são os produtos mais procurados (61,66%) e as mulheres são as maiores frequentadoras (58,66%). Ou seja, a mulherada gosta mesmo é de comprar roupa na Barroquinha. É o que as amigas Carina Souza de Jesus e Michele Araújo confirmam. "Viemos bater perna, comprar roupa", contou Michele, enumerando os itens que costuma atrair seus olhares. "Aqui é bom para comprar calça, bermuda, blusa...Tudo mais barato", completou, confirmando mais um item da pesquisa: o principal atrativo do local é mesmo o preço, como 61,66% dos entrevistados afirmaram. " Os preços estão bons, parece até a 25 de Março", comparou a auxiliar de consultório dentista Regilene Dias, se referindo à principal rua de comércio popular de São Paulo, sua cidade natal. Na tarde de ontem, ela escolhia 25 toalhas de prato para dar de lembrança para as amigas no Dia das Mães. O valor: três por R$ 6. TransportePreço, a vendedora da loja infantil Baby Chick, Roseli Araújo, garante que também tem. "Aqui tudo é barato. Se o cliente entrar aqui, ele compra. Deixo só com o dinheiro do transporte no bolso", brinca ela. E é bom mesmo que sobre os R$ 2,50 do ônibus, porque é esse o meio de transporte utilizado por 71,73% dos frequentadores da Baixa dos Sapateiros. Foi o caso, por exemplo da cliente de Roseli, a dona de casa Ana Maria da Conceição. "Sempre venho porque compro para revender. Aí pego o ônibus em Itinga e venho. Mas hoje estou comprando um biquíni para minha neta", contou ela, que vê na possibilidade de pechinchar o maior atrativo do local. "Quando eu cheguei era R$ 18. Agora baixou para R$ 15. Se eu ficar mais um pouco, levo por R$ 10", sorriu. Dona Ana veio de longe, mas essa não é a regra dos consumidores da região. A pesquisa mapeou que a maioria deles (36,04%) é proveniente do Centro ou do Subúrbio Ferroviário. Em seguida vem a Liberdade, com 12,01%, e Cajazeiras, com 11,31%. ProblemasEntão a Baixa dos Sapateiros é um lugar lindo, com roupa barata e gente feliz, correto? Errado. Desde o advento do shopping center e, posteriormente, a retirada da rodoviária e do 2º Centro de Saúde do local, a Baixa dos Sapateiros perdeu muito movimento. "Antes, para andar aqui tinha que pedir licença para não se bater em alguém. Hoje, não tem um pé de gente aqui na loja", lamenta o auxiliar de serviços gerais Josemário Pinheiro, que trabalha em uma grande loja de eletrodomésticos da área. Entre os entrevistados pelo Sebrae, a maior queixa foi com relação à segurança: 43,11%. "Aqui tem muito roubo de mercadoria e de turista. Nessas transversais tem assalto todo dia", contou uma vendedora da loja Corpo Fala Moda Íntima. O gerente do estabelecimento, Isac Gentili, completa. "Depois que revitalizaram o Pelourinho, os sacizeiros migraram para cá". A gerente da vizinha Enxovais Marvel, Jane Cleide Rodrigues, faz parte das estatísticas. "Eu tinha acabado de entrar no emprego. Um ladrão apontou a faca para mim e levou meu celular", contou.

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