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SALVADOR

Boato sobre toque de recolher deixa moradores acuados

Prisão de um criminoso na região e um homicídio no bairro, no domingo (29), podem ter acirrado o clima

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31/03/2015 às 10:49 • Atualizada em 02/09/2022 às 3:07 - há XX semanas
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É impossível imaginar silêncio em uma rua que tem duas escolas, uma em frente à outra, que recebem, juntas, mais de três mil alunos ao longo do dia. Mas isso ocorreu ontem, quando a lei do silêncio imperou na comunidade de Jaguaribe, em Fazenda Grande II. Muito barulho mesmo só nos celulares dos moradores, que receberam mensagens através do WhatsApp informando sobre a existência de um toque de recolher imposto no bairro por gangues que estariam em disputa pelo domínio do tráfico.

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Colégio Estadual D. Leonor Calmon vazio pela tarde. Alunos da unidade não tiveram aulas depois de boato de toque de recolher se espalhar
Os resultados dessas mensagens, cujo teor é considerado falso pela Polícia Militar, foram o fechamento de grande parte do comércio da localidade e a falta de aula nos colégios estaduais Eduardo Bahiana e Dona Leonor Calmon, ontem. As duas unidades atendem, juntas a 3,2 mil estudantes. Boato Segundo o capitão Luiz Claudio Nascimento, subcomandante da 3ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Cajazeiras), as mensagens começaram a circular, na sexta-feira da semana passada. “Começaram a dizer que houve uma troca de tiros em frente aos colégios e que quatro pessoas tinham sido baleadas. Eu não ouvi de nenhum policial, eu mesmo peguei isso aqui (o colete balístico) e fui lá: não tinha nada, estava tudo tranquilo”, relata. A prisão de um criminoso na região, no dia anterior, e um homicídio no bairro, no domingo (ver ao lado), podem ter acirrado o clima. Para o capitão Nascimento, porém, se tratam de casos isolados, cuja ligação está sendo investigada pelo setor de inteligência, mas que ainda não se sustenta. “Não queremos negligenciar o problema, mas não dá para solucionar o que não existe, não temos como dar respostas a uma rede de boatarias”, afirmou. Silêncio Moradores preferem não comentar sobre a situação, nem mesmo os poucos comerciantes que resolveram abrir - alguns parcialmente - seus estabelecimentos. Quando o CORREIO tentou conversar com um morador que estava em frente ao colégio, no meio da tarde, ele contou que o clima era de medo, falou da recomendação dos filhos de não comentar o caso e chorou. Uma manicure afirmou que não deixaria a filha adolescente ir para o colégio até que a “situação melhore”, embora não tenha conseguido explicar o que pode ter ocorrido para que o clima mudasse no bairro. “A gente prefere ficar com a boca quieta para ficar vivo”, comentou outro morador ao se recusar a comentar a situação. Escolas Através da assessoria de imprensa, a Secretaria Estadual de Educação (SEC) informou que as unidades do bairro estavam abertas. O Colégio Eduardo Bahiana — que atende 1,9 mil alunos — comunicou ao Núcleo Regional de Educação (NRE) de Salvador (antiga Direc) que, durante as aulas, pais de alunos estiveram no colégio para levá-los após boatos de toque de recolher. Com isso, outros alunos evadiram. A direção do Leonor Calmon — que tem 1,3 mil estudantes — não foi localizada pela reportagem nem pela SEC. O capitão Nascimento lamentou, ontem, não ter sido procurado pela direção das unidades escolares e contou que esteve na escola para tranquilizar os educadores. “Na sexta, tínhamos mães de alunos chorando, querendo informações”, relembra o PM. Responsável pela 3ª CIPM, o major Damasceno levou a situação ontem para o conhecimento do comando da PM. A SEC informou que, assim que soube do fim das aulas após a saída dos alunos, fez contato com a Secretária da Segurança Pública (SSP), que desmentiu o toque de recolher e informou para a pasta que haveria o reforço da Ronda Escolar na unidade. A secretaria comunicou que hoje as aulas devem ser mantidas. Na segunda-feira (30), uma viatura do Pelotão Tático da 3ª CIPM esteve fixa, pela tarde, próximo aos colégios. Outras viaturas fizeram rondas e abordagens. Em nota, a PM informou que a Rondesp Central está dando apoio no policiamento no bairro, principalmente com reforço nas localidades de Jaguaripe, Parque São José e Jardim das Mangabeiras - “devido ao registro de ocorrências relacionadas à briga entre traficantes”, justifica a PM, no comunicado. A PM reforçou o canal 0800 284 0011 para denúncias.
Correio24horas

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