O motivo para o major dos bombeiros militares Valdiógenes Almeida Junior, 45 anos, ter tirado a vida de sua esposa, a professora Sandra Denise Costa Alfonso, por 40, teria sido a troca de mensagens entre ela e um homem não identificado. Segundo o advogado criminal Sérgio Reis, que defende Valdiógenes, o autor do crime usou um aplicativo espião “que abre um espelho do outro celular e, por esse espelho, chegaram a ele mensagens” do celular de Sandra, assassinada a tiros pelo marido dentro da Escola Municipal Alegria de Viver, em Castelo Branco, na sexta, e velada no sábado, no cemitério do Campo Santo.
“Ele viu a troca de amabilidade entre homem e mulher, chamando o outro de ‘meu lindo’, ‘meu amor’, e foi tirar satisfação”, afirmou o advogado, alegando não saber mais detalhes da mensagem, porque os celulares estão sendo periciados. “Ele está arrasado, era profundamente apaixonado pela mulher. Era um casal que estava ultrabem. Para ele foi um choque, porque nunca atirou em ninguém em 25 anos de corporação. Infelizmente, ao que tudo indica, a atitude dela conduziu ele a essa reação explosiva, não premeditada”, justificou o advogado. Segundo ele, não se trata de um “crime de machismo”, nem de um “psicopata”. Nas palavras do advogado, o assassinato configura-se como “crime passional”. “O fato da mulher não querer o homem não significa que merece morrer. Ela é mais uma vítima”, lamentou a gestora de eventos Luciana Cruz, 44, presente no velório de Sandra, que aconteceu ontem, às 15h, no Campo Santo. “Foi uma fatalidade. Ninguém sabe o que passou pela cabeça dele...”, lamentou a vendedora Ingrid Azevedo, 38, vizinha da vítima. “Aparentemente, eram pessoas boas, felizes, amorosas. Nunca ouvi um grito, e olhe que moramos parede com parede”, completou. “Ela era amiga, uma mulher como eu. Mais uma vítima desses homens. Não existe Lei Maria da Penha! Nós somos reféns, indefesas, escravas”, bradou emocionada uma amiga da vítima que não quis se identificar. Sandra será enterrada neste domingo no Pará, estado onde nasceu. Detido sob custódia, Valdiógenes teve sua prisão preventiva decretada no sábado à tarde pela juíza Regina Maria de Cerqueira, e está preso no Batalhão de Choque da PM, em Lauro de Freitas. O advogado de Valdiógenes afirma que vai tentar revogar a prisão preventiva para que ele possa responder ao processo em liberdade.
Professora tinha filha de 15 anos com o marido, com quem era casada há 21 anos |
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Redação iBahia
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