Ao contrário do que aconteceu em diversas capitais brasileiras, o desfile oficial da Independência do Brasil aconteceu dentro do programado na manhã deste sábado (7), no centro de Salvador. O hasteamento das bandeiras de Salvador, da Bahia e do Brasil, por volta das 9h, teve a participação do governador Jaques Wagner e do prefeito ACM Neto e não sofreu interferência dos manifestantes.
Próximo do palanque onde estavam políticos e representantes das Forças Armadas, além do público que assistia ao desfile apenas um grupo de policiais federais pedia, de maneira pacífica, a saída do ministro da Justiça com faixas e bolas amarelas e pretas. A chuva reduziu a presença de público no desfile oficial e também pode ter sido responsável pelo pequeno número de manifestantes do Movimento Passe Livre, que organizava uma passeata no Campo Grande através das redes sociais.
No horário marcado para a concentração dos integrantes do movimento, às 10h, apenas cinco pessoas foram à Reitoria da Universidade Federal da Bahia. Uma hora depois e com cerca de 15 pessoas a mais, o grupo seguiu para a frente do Teatro Castro Alves, onde encontrou outros movimentos sociais que desfilaram no "Grito dos Excluídos".
Representantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto de Salvador (MSTS), de entidades sindicais e grupos estudantis sem vinculação com o MPL também participaram do Grito dos Excluídos e seguiram em direção à Praça Castro Alves pela avenida Sete de Setembro após o término do desfile oficial.
Entre os manifestantes que engrossaram o "Grito dos Excluídos", estavam Joel da Conceição, o mestre Ninha, e Carlos Alberto Júnior, pais do menino Joel e do jovem Carlos Junior, respectivamente. O menino Joel e Junior eram primos e foram mortos no bairro do Nordeste de Amaralina. Carregando faixas, os parentes e amigos dos jovens pediram por justiça e pelo fim da violência na região.
Um dos maiores grupos do "Grito dos Excluídos" foi formado por moradores da comunidade Paz e Vida, localizada no bairro da Mata Escura. Eles ocuparam uma área do bairro há 9 meses e pedem a regularização do terreno à Prefeitura de Salvador. Durante todo a passeata, os integrantes dos diversos grupos protestaram de maneira pacífica e não entraram em confronto com os policiais militares que acompanharam, à distância, a mobilização.
Na tarde deste sábado, uma nova manifestação está prevista para acontecer às 14h. No evento criado no Facebook para divulgar o protesto, mais de 10 mil pessoas confirmaram participação.
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