Com o avanço de alguns do principais pontos de negociação da greve de policiais militares da Bahia, o clima de tensão na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), no Centro Administrativo, diminui nesta terça-feira (07). Mesmo com a maior partes das entras do CAB fechadas e/ou vigiadas pelos militares do Exército, a movimentação no local já estava mais tranquila. Pela manhã, inclusive, alguns setores ligados à administração dos órgãos estaduais voltaram as atividades. Durante a tarde, ao saberem que a o governo estadual não cedeu em relação ao pagamento imediato das gratificações, o grupo de policiais e bombeiros militares, que permanecem dentro do prédio da Assembleia desde o dia 31 de janeiro, foi novamente para a porta do local e começou a proferir palavras de ordem, ressaltando que a greve não havia acabado. Do outro lado do cordão de isolamento feito pelo Exército e por membros da Força Nacional, os amigos, familiares e também PM's responderam aos colegas puxando coro semelhante. No começo da noite, Jonas Benício de Souza Neto, o advogado de Marco Prisco, presidente da Associação de Policiais e Bombeiros do Estado da Bahia (ASPRA) e líder do movimento, informou aos jornalistas presentes no local que o pedido preventivo de habeas corpus de Prisco e de outros quatro policiais não foi concedido. Segundo ele, o desembargador do 2º Tribunal de Justiça da Bahia, Jefferson Alves, negou o habeas corpus por desconhecer o pedido de prisão preventiva decretada pela Justiça. Como cabe recurso, ele informou que redigirá uma nova peça e dará entrada o mais breve possível. AcampamentoFora do cordão de isolamento, a estrutura do Centro Administrativo se transformou em um imenso acampamento militar. Viaturas, tanques de guerra, carros do Exército, veículos das Forças Nacionais, patrulhas, armamento de guerra e movimentos típicos de operações belicosos quebraram a rotina quase sempre tranquila do lugar. Além dos militares e do controle ostensivo sobre quem entra e quem sai do espaço, os familiares, amigos e outros policiais militares apoiadores da greve se acomodam do lado de fora da Assembleia, depois da linha de isolamento montada pelas Forças Armadas. Barracas, veículos que servem como "casa", tendas para distribuir comida e água, tem servido para suprir as necessidades básicas e amenizar o calor intenso durante o dia. Por todos os lados, os jornalistas de Salvador, de outras partes do Brasil e até internacionais circulam e registram cada movimento. Durante todo o tempo, eles acompanham as movimentações e estão atentos à qualquer barulho, informação e protesto. Duas tendas montadas para a imprensa servem de abrigo para o envio mais rápido e confortável das informações. Mesmo com a onda de assaltos na cidade, há também que aproveite do aglomerado para aumentar a renda. O vendedor de milho e de amendoins, Adimílson Cardoso, conta que tem faturado com a venda dos produtos. "Vim nestes dois dias de lá da Sete Portas, onde moro, até aqui para vender a comida. Tenho andado quase 15 KM todos os dias, mas está valendo a pena. E não estou com medo de circular por Salvador", diz. E, como os olhos do país se voltaram para o prédio da Assembleia, os curiosos também marcam presença. O policial italiano, Giordano Vincenzo, 42 anos, diz que veio conhecer a ocupação e saber como estava a atuação dos grevistas. "Na Itália, não temos greve da polícia. É algo novo para mim. Mas eu, como turista, estou me sentindo seguro na cidade", diz. Sobre a remuneração em euros, Vincenzo responde sem rodeios: "Ganhamos de salário inicial aproximadamente 1600 euros (R$ 3.760,00)".
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