O cobrador Everaldo de Oliveira Silva, 62 anos, que teve 75% do corpo queimado durante um protesto na Ribeira foi transferido na noite do sábado (4) do Hospital Geral do Estado (HGE) para o Hospital Teresa de Liseux, depois de passar por uma cirurgia de reconstrução de tecidos da pele, segundo a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab). O cobrador está consciente.
Depois do protesto que feriu Everaldo, os ônibus não estão circulando por toda a extensão da Ribeira, seguindo decisão do Sindicato dos Rodoviários. Os ônibus não estão seguindo pelo Caminho de Areia para acessar a Ribeira: eles pegam a Avenida Dendezeiros e fazem a parada final na Baixa do Bonfim. Com isso, os passageiros que precisavam ir até a Ribeira tiveram que seguir a pé.
Foto: Marina Silva/Correio* |
Everaldo ficou ferido depois de um grupo invadir um ônibus da Praia Grande e atear fogo ao coletivo. Um jovem de 22 anos também se feriu na ação criminosa. De acordo com testemunhas, os homens que atearam fogo ao veículo estavam vestidos com camisas com a foto do garçom e porteiro Fabiano Santos Souza, 28 anos, encontrado embaixo de um viaduto na Baixa do Fiscal no início da manhã de quinta-feira (2).
Tortura e morte
Fabiano Santos Souza, 28 anos, foi levado por quatro homens encapuzados enquanto dormia em sua casa, localizada na rua Catende, na localidade da Mangueira, na Ribeira. Fabiano, que dormia com a esposa, grávida de sete meses, foi arrancado do quarto e levado até a sala, onde foi torturado por três dos suspeitos. Enquanto isso, a mulher, identificada como Scheila, ficou trancada no banheiro, sob a mira da arma de um deles.
Foto: Foto: Mauro Akin Nassor/Correio* |
Depois, por volta das 7h30 da manhã, o corpo de Fabiano foi encontrado embaixo de um viaduto na Baixa do Fiscal. Segundo a Polícia Civil, o garçom vestia apenas uma cueca e tinha as mãos amarradas. “Eles ainda disseram para a esposa dele não ir atrás, porque ela tentou correr quando eles foram embora. Mas, quando eles saíram, ela correu chorando e foi socorrida pelo pessoal daqui”, contou uma moradora. Fabiano trabalhava como porteiro em um condomínio e, aos finais de semana, era um garçom “chefe” em um serviço de bufê. Segundo a Central de Polícia, na quarta-feira, ele havia recebido um dinheiro para fazer um pagamento aos outros garçons da empresa onde trabalhava. Apesar de nem a polícia, nem a família, ter confirmado o valor, amigos falam em R$ 10 mil.
Protestos
Às 9h30 de quinta-feira (2), 200 pessoas fecharam a Avenida Porto dos Mastros em protesto pela morte de Fabiano. “Não é a primeira vez que algo assim acontece aqui. Não vivemos tranquilos”, afirmou uma mulher que participou da manifestação. Segundo manifestantes, as pessoas que atravessaram e apedrejaram os ônibus não estavam no protesto. “Foi gente que se aproveitou do momento para fazer isso”. O subtenente da 17ª CIPM (Uruguai), Joildo Souza, coordenador da área, confirma. “Alguns marginais se aproveitaram do protesto para roubar celulares de pedestres”.
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