Desde o final do ano passado, quando o governo tomou as primeiras medidas para frear o consumo no país, o financiamento do automóvel ficou mais caro. Por isso, a possibilidade de escapar das altas taxas de juros e ter uma prestação até 60% mais barata na hora de comprar um carro novo faz brilhar os olhos de muita gente. E é justamente por isso que os consórcios estão em alta em 2011, principalmente na Bahia.
Um levantamento da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac) revelou que os baianos são os mais adeptos a essa modalidade na compra do automóvel. Para se ter uma ideia, no primeiro semestre do ano, quando foram comercializadas 1,3 milhão de novas cotas de consórcio dos chamados veículos leves (automóveis, utilitários e camionetas), 19% das operações ocorreram aqui no estado (247 mil). A vantagem desse tipo de negócio pode ser observada quando se compara a diferença a mais que é paga por um carro financiado e um adquirido em consórcio. O consultor de investimentos, Lucas Leal, apontou, numa simulação que na compra de um veículo popular de R$ 25 mil, por exemplo, ele sairia por R$ 54.263 num financiamento em 60 meses. Enquanto isso, no consórcio, o mesmo automóvel custaria R$ 29.500. “Com a diferença (R$ 24.736) daria até para comprar outro carro”, destacou. PaciênciaMas tamanha economia exige, acima de tudo, paciência. Isso porque, ao contrário do financiamento, onde você já sai da loja com o veículo após aprovação do negócio, no consórcio você precisa esperar ser contemplado. E, na pior das hipóteses, esse prazo pode coincidir com o tempo de duração do grupo. Afinal de contas, alguém tem que ficar por último.
“A pessoa precisa estar ciente de que o carro pode demorar a sair. Por isso mesmo, o consórcio se mostra mais atraente para aqueles com interesses a médio prazo e que querem fazer um planejamento financeiro”, comentou o presidente regional da Abac no Nordeste, Carlos Alberto Lyra. “Normalmente, quem busca os consórcios são pessoas que já têm um carro e que querem trocar, mas não de imediato”, acrescentou. Entretanto, Lyra lembra que, para os mais apressadinhos, existe a possibilidade de adquirir o bem sem ser sorteado, através de lances de parcelas, que ocorrem mensalmente. “Aquele que oferece o maior lance, ganha”. Foi o que aconteceu com Terezinha Gargur. Aos 63 anos de idade, ela resolveu trocar o carro antigo por um novo em um consórcio. O atrativo, conta, foi o preço “bem mais baixo” da prestação em relação ao financiamento. “Era mais da metade do valor e dá tranquilo para pagar”, justificou. Mas sem querer esperar ser sorteada para ter o automóvel, Terezinha deu o dinheiro da venda do modelo antigo como lance e garantiu o carro em pouco mais de um mês. “Achei muita vantagem e era a única maneira de conseguir logo ”, contou. Terezinha obteve no consórcio uma carta de crédito no valor de R$ 32 mil. Mas na hora de escolher o veículo, optou por um Sandeiro, que estava R$ 3 mil mais caro. Depois de complementar o valor, ela ofereceu um lance de R$ 20 mil e garantiu o carro. Agora ela pagará prestações de R$ 309 para quitar o débito restante. “Se eu fosse financiar, a prestação seria de R$ 700 e ficaria bem mais puxado para o orçamento”.
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