Com o aumento de 3% para a gasolina e de 5% para o óleo diesel nas refinarias, os brasileiros viveram ontem um verdadeiro Grand Prix, uma corrida aos postos de combustíveis para encher o tanque do carro aproveitando que alguns estabelecimentos ainda praticavam preços antigos. Em muitos postos, quem procurou por essa oportunidade encontrou longas filas e até a falta de gasolina, sobretudo nos horários de pico.No posto Shell da Avenida Centenário, por exemplo, faltou gasolina comum nas bombas já na noite de quinta-feira. “A notícia me deixou apreensiva. Vim correndo encher meu tanque”, contou a professora Juliana Melo, de 60 anos. De acordo com o chefe de pista Landualdo Santos, desde a noite de quinta o movimento aumentou cerca de 40% em relação aos dias normais. “Os preços estão estáveis faz mais de 20 dias. Não sabemos quando o aumento vai ser repassado para o consumidor. Pode ser amanhã ou semana que vem”, revelou.
Ontem, nesse posto, a gasolina comum estava sendo vendida por R$ 3,19; já o preço da aditivada era R$ 3,34 e o do etanol R$ 2,59.
Em outro posto da mesma bandeira, no Jardim de Alah, os preços também ainda eram os mesmos. “Hoje tivemos um aumento de mais de 60% do movimento de um dia normal. Desde o fim das eleições, no entanto, as pessoas já esperavam por um reajuste”, afirmou o chefe de pista do estabelecimento, Silvio Roberto.
FluxoO movimento também foi alto no posto-escola da Petrobras, no Stiep. Segundo o gerente André Moura, mais pessoas frequentaram o local desde a notícia do aumento dos preços nas refinarias. “O número de clientes subiu de 30 a 40%. Como ainda não sabemos quando o preço vai afetar o bolso dos motoristas, o movimento deve ser ainda maior no final de semana”, disse. Nesse posto, a gasolina comum estava por R$ 3,19, a aditivada por R$ 3,25 e o álcool por R$ 2,59. No posto Menor Preço, na Djalma Dutra, onde a gasolina comum custava R$ 3,14 e o álcool R$ 2,54, as vendas aumentaram desde a semana passada. “Em dias normais são vendidos 5 mil litros. Na última semana, passamos para 7 mil. Depois do anúncio da Petrobras, fechamos a quinta-feira com 7,5 mil litros vendidos”, revelou o auxiliar de gerente, Luis Gustavo Clementino.
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Para a advogada Louise Barros, 35, os preços mais altos após as eleições já eram esperados. “É algo previsível. Vários economistas já anunciavam este reajuste. Não tem jeito: nós, consumidores, sempre sairemos prejudicados pois tudo vai ficar mais caro”, opinou. Já o bancário aposentado Altino Rabelo, 63, disse que vai ter que usar o carro só para situações indispensáveis. “Uso o carro para tudo: ir passear, levar filhos na escola, resolver coisas. O bolso vai apertar”.
Preços em altaDe acordo com a economista Cristina Argiles, o reajuste era previsível. “Esperávamos um aumento maior do que veio. O último reajuste foi há quase um ano”, afirmou ela, que também é administradora. “Além disso, a Petrobras está com as contas no vermelho. Preços altos vão dar um fôlego para a estatal se capitalizar”, completou. Apesar do reajuste nas refinarias ainda não terem chegado ao consumidor, ela garante que isso vai ocorrer pois os postos estão com estoque antigo, mas que, no máximo, até terça-feira o litro dos combustíveis estará mais caro nos postos.
“O combustível é um insumo básico, pois é um item de custo de praticamente tudo. Inevitavelmente será repassado para o consumidor. Quando você compra pão paga pelo transporte do trigo e de todos os produtos”, diz. Matéria original do Correio Consumidores correm para chegar às bombas antes do reajuste da gasolina
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Foto: Arquivo CORREIO |
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