No criativo universo carnavalesco, a falta de banheiro por perto opõe dois grupos: os que quebram a cabeça pensando no que fazer para aliviar a bexiga e os que encontram lucro no aperto alheio. São dos fedidos e raros banheiros químicos que se valem alguns donos de bares para ganhar até R$ 3 mil.
Não é para menos: segundo a Empresa Salvador Turismo (Saltur), 1,7 milhão de foliões passam pelos três circuitos oficiais, o que gera um consumo de 10 milhões de litros de cerveja, 8 milhões de litros de água e 5 milhões de litros de refrigerante. Alguma hora isso tudo vai ter que sair.Já viu onde está o seu trio neste Carnaval? Aqui, é fácil achar!Acompanhe aqui tudo que está rolando na maior festa de rua do planetaA prefeitura disponibiliza 2 mil sanitários químicos, entre as cabines fechadas e os mictórios abertos - exclusivos para homens. E a disputa por cada um deles é intensa. “Quando bate o aperto, é uma dificuldade achar um sanitário. Ou faz no cantinho escondido ou nas calças, não dá tempo”, justificou-se o químico Leonardo Ribeiro, 24 anos, após aliviar-se em uma mureta próximo a um posto policial, na Barra. A estudante Carla Carvalho, 24 anos, de Itabuna, é uma das usuárias dos banheiros privados, que cobram, em média, R$ 2 por cada entrada. “O povo faz de tudo no sanitário químico, fica uma porcaria. Aqui é limpo, não tem fila e é fácil de chegar”, comparou, após usar o serviço num bar da Barra. “Uma festa bonita dessa a gente não pode sujar a cidade com xixi, é um pecado”, completou o empresário paulista Fábio Seiki, 33 anos. A proprietária do estabelecimento, Claudia dos Santos, fica na porta regulando a entrega do papel higiênico. Duas voltas de mão para cada um. “Se pedir mais é porque quer fazer outra coisa, e aí tem que pagar o dobro do preço”, diz Carla, afirmando que uma limpeza completa é feita no banheiro a cada hora. “O povo bebe, bebe, paga caro no abadá e não pode pagar dois reais para ter um banheiro digno?”, observou. No local, há até uma ducha e o banho custa R$ 3, serviço geralmente utilizado pelos ambulantes que dormem no circuito. No Carnaval do ano passado, segundo Claudia, o lucro foi de R$ 2 mil. Também na Barra, o dono do Galeto Show decidiu alugar dois sanitários químicos. Gastou R$ 1,5 mil e espera repetir o sucesso de 2011, quando pagou as despesas e lucrou R$ 3 mil com o xixi dos outros. “Além da renda direta, é bom para o bar. Muita gente acaba comprando bebida e comendo aqui, por causa do xixi”, explica Ismar dos Santos Garrido, 25 anos. Lá, o preço de R$ 1 é único e o rolo de papel higiênico fica na cabine.
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