A corregedoria do Departamento de Polícia Técnica (DPT) concluiu nesta sexta-feira (26) o inquérito administrativo que apontou dois servidores como responsáveis por filmar o corpo de Kelly Ciclone no Instituto Médico Legal (IML) Nina Rodrigues. Segundo informações do DPT, a identificação dos servidores não pode ser divulgada por conta da não conclusão do inquérito policial.
Ainda segundo o DPT, só com a conclusão o inquérito policial que as medidas cabíveis serão tomadas em relação aos servidores. O vídeo que mostra o corpo de Kelly foi postado no dia 27 de julho por um usuário no site Youtube. Nas imagens, o corpo de Kelly aparece em uma maca dentro do IML, com as roupas com que ela foi assassinada, aparentemente antes da necropsia. A filmagem dura pouco menos de 2 minutos. Vida no crime Kelly Sales Silva ficou conhecida após ser presa em fevereiro de 2010 na festa do pó, na Boca do Rio. Com inúmeras tatuagens - coelho da Playboy, de Chucky, o brinquedo assassino, um dragão que cobria toda a perna e um 'Vida Loka' no cóccix - não se intimidava em postar fotos segurando armas em seu perfil na rede social orkut. A “lokura” começou com o desfecho trágico de seu primeiro namoro, com Anderson, 17, de quem estava grávida. Depois do fim do namoro, Anderson se suicidou tomando veneno de rato. “Kelly estava com 16 anos e seis meses de gravidez e só falava que ia se matar. Encontramos chumbinho na gaveta dela”, lembrou a irmã Carla Sales, 24. Kelly começou a ter visões, inclusive jogando o filho pela janela. O garoto tem 5 anos. Nessa época, ela deixou de ser Kelly Sales Silva para se transformar em Kelly Doçura. “Eu namorava com Bombado Doçura, percussionista do Saiddy Bamba, que agora tá no Báck, por isso o apelido”, lembrou à época de sua prisão em 2010. Foi após namorar com o músico que ela ganhou o apelido de Kelly Doçura. Bombado não revelou se Kelly é a chapeuzinho vermelho que inspirou a música Lobo Mau.
Do batuque do pagode, Kelly foi para os pipocos do “berro”. Aos 17 anos ela conheceu e se apaixonou pelo traficante Sidnei Ferreira, que atuava no Garcia, onde os dois moravam. O amor que sentiu por Sidnei foi gravado em seu corpo, em uma tatuagem com o nome do traficante no punho direito. “Sidnei foi o amor da minha vida. Não comando tráfico. Nunca me meti nas coisas dele”, contou Kelly em 2010. Ele foi morto por um policial à paisana há três anos em um assalto a ônibus na Garibaldi. O corpo de Kelly foi enterrado no dia 18 de julho no Cemitério de Portão.
Nas imagens, o corpo de Kelly aparece em uma maca dentro do IML (Foto: Reprodução/YouTube) |
Depois da festa do pó, Kelly Doçura ainda acusou os policiais de espancá-la |
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