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SALVADOR

Emergência do H. Salvador não funciona 24h por falta de médico

Unidade enfrenta crise financeira e paga dívidas trabalhistas

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26/11/2014 às 12:30 • Atualizada em 28/08/2022 às 6:43 - há XX semanas
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A emergência do Hospital Salvador, no bairro da Federação, não funciona por 24 horas. De acordo com a assessoria da unidade privada de saúde, o serviço é encerrado às 18h por falta de médicos e a situação deve ser normalizada até o mês de dezembro, período previsto para a contratação de novos profissionais para a equipe. Entre funcionários, médicos e enfermeiros, a unidade conta com 300 profissionais. O jornalista Mateus Borges encontrou as portas da emergência do Hospital Salvador, no bairro da Federação fechadas quando tentou ser atendido no dia 23 de novembro. " Fiquei revoltado. Quando eu cheguei lá, fiquei tentando abrir a porta, achei que estivesse emperrada. A recepcionista levantou e me disse que a emergência fecha às 18h", relata indignado. Em maio deste ano, o jornalista disse que esteve no local e o atendimento da unidade também foi suspenso no começo da noite.
Hospital Salvador fica no bairro da Federação, no centro da cidade
Este ano a unidade passou por uma reforma e só voltou a funcionar no começo do mês de novembro. Segundo a diretora da unidade Gleide Góis, o hospital enfrentou uma crise financeira em 2014 e investiu uma quantia (não divulgada pela assessoria) para o pagamento de dívidas trabalhistas. Atualmente, a maior parte dos serviços da unidade opera de forma contratualizada com o governo do estado. O médico Francisco Magalhães, presidente do Sindicato dos médicos diz que embora não haja nenhuma paralisação prevista entre os médicos que trabalham na unidade, afirma que são "recorrentes" os casos de salários atrasados entre os profissionais que atendem na unidade. " Há ações no Ministério do Trabalho sobre o atraso de pagamento, esses casos são recorrentes. Há 45 dias, fui informado que houve esse problema de novo. Mas não temos uma dimensão maior porque alguns médicos trabalham como pessoas jurídicas e tomam suas próprias decisões", explica. Hospital Espanhol O governador do Estado, Jaques Wagner, decretou em setembro que os imóveis pertencentes à Real Sociedade Espanhola de Beneficência, onde funciona o Hospital Espanhol, sejam, a partir de agora, bens de utilidade pública. A medida, segundo nota enviada pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), tem como finalidade "buscar soluções práticas, objetivas e saneadoras para tornar possível a breve retomada da capacidade assistencial, operativa e administrativa da instituição". O decreto foi publicado no Diário Oficial do Estado. Em entrevista ao iBahia, o secretário da Saúde do Estado, Washington Couto, explicou que, na prática, significa que o prédio do Hospital não poderá funcionar de outra forma senão como unidade de saúde. "Estamos falando de um decreto de utilidade pública. Ou seja, ali não poderá ter outra destinação senão aquela que está expressamente publicada no decreto e está explícito que a destinação da unidade é para a saúde. Então, outros tipos de destinações não serão mais possíveis de serem feitas", disse. O decreto, automaticamente, acaba com as especulações de que o local seria transformado em um hotel ou empreendimento similar. "Essa especulação, que existe na cidade, de que o hospital iria se transformar em outra coisa, não existe mais. A postura do governo do Estado foi de proteger a destinação de ser uma unidade de saúde e é isso que vai acontecer. Está expresso no decreto de utilidade pública. O governo do Estado não está tomando o Hospital de ninguém, não está gerindo e nem vai gerir. Isso é um longo processo que vai ser tramitado", pontuou. "O governo está dando a garantia de que o processo de negociação que está sendo desenrolado com o auxílio do Ministério Público e todos os outros envolvidos não terá mudanças com relação ao que a gente mais temia, que é perder leitos para que a saúde da população venha ser atendida", completou. O secretário da Saúde também esclareceu que a secretaria não se envolverá na dívida pertencente ao grupo Real Sociedade Espanhola, que administra o Hospital. "A dívida cabe a Desenbahia. Não cabe a gente. A Real Sociedade Espanhola que precisa fazer a articulação para dar o atrasado dos servidores, que precisa dar conta de todos os débitos que ela tem. Nós, de todos os processos que estão sendo feitos, estamos apenas garantindo que a unidade não tenha outra destinação senão a que já vinha tendo", finalizou.

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