Na Região Metropolitana de Salvador, 807 mil trabalhadores levaram, em média, duas horas e oito minutos (128 minutos) nos deslocamentos entre a casa e o trabalho (início do expediente) e do trabalho para a casa (final), considerando apenas os deslocamentos acima de 30 minutos.
Com isto, o custo da “produção sacrificada” - o que deixou de ser produzido - ultrapassou R$ 3,3 bilhões, 4,6% de tudo o que é produzido (PIB) na RMS. Os dados foram divulgados ontem pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) e são referentes a 2012. Na comparação com o ano anterior, evidenciam que o tempo de deslocamento na RMS aumentou em 5 minutos e o número das pessoas que perderam mais de 30 minutos no trânsito cresceu 1,5% (12.1 mil pessoas). Já o impacto econômico, em termos de produção sacrificada, cresceu 4,9%. Ainda segundo a pesquisa, o município da RMS que registrou o maior tempo de deslocamento foi Vera Cruz (Ilha de Itaparica), com média de 145 minutos. Candeias foi o que registrou o menor tempo, 108 minutos, em média. Ainda segundo a Firjan, Salvador, que concentra 84,1% dos trabalhadores com deslocamento acima de 30 minutos, teve a média de 129 minutos. Os números da RMS estão alinhados aos nacionais. A Firjan aponta que o tempo de deslocamento casa-trabalho-casa, considerando os deslocamentos acima de 30 minutos, tem crescido e mais de 17 milhões de trabalhadores demoram, em média, 114 minutos nessas viagens. O tempo perdido tem um impacto para a economia brasileira, na produção sacrificada, superior a R$ 111 bilhões. O estudo analisou os dados de 601 municípios em 37 áreas metropolitanas do país. O Rio de Janeiro foi a que apresentou o maior tempo de deslocamento (141 minutos). São Paulo ficou em segundo lugar (132 minutos). Em relação ao custo, no Rio de Janeiro deixam de ser produzidos mais de R$ 19 bilhões (5,9% do PIB metropolitano). Em São Paulo, o prejuízo é de quase R$ 45 bilhões (5,7% do PIB metropolitano). O tempo das viagens casa-trabalho-casa na área metropolitana fluminense aumentou 11 minutos em relação a 2011, apesar de o número de pessoas que perdem mais de 30 minutos no trânsito ter caído.
Para a Firjan, isso significa que, embora uma parcela dos trabalhadores tenha conseguido emprego em locais mais próximos de casa, para os que continuam trabalhando longe, os deslocamentos ficaram ainda mais demorados. Na área metropolitana de São Paulo, o número de trabalhadores que levam mais de 30 minutos nesses deslocamentos aumentou 4,5%. Já o tempo da viagem aumentou apenas 1 minuto. Isso mostra que os programas de ampliação do sistema de mobilidade urbana (metrô, trens e corredores exclusivos de ônibus) conseguiram absorver parte do impacto de uma maior demanda por deslocamento.
Em relação a 2011, o número das pessoas que perderam mais de 30 minutos no trânsito cresceu em 12.1 mil pessoas (Foto: Antonio Saturnino/Arquivo Correio) |
Engarrafamentos de Salvador provocam prejuízos de R$ 3,3 bilhões |
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