O corpo do estudante Fredson Fonseca de Jesus Santos, 15 anos, foi enterrado no final da manhã desta quinta-feira (24), no cemitério Quinta dos Lázaros, na Baixa de Quintas. Familiares e amigos prestaram as últimas homenagens ao jovem, que morreu na última segunda-feira (21) após ser baleado dentro de uma lan house no bairro da Barroquinha. Outras duas pessoas também morreram e o dono do estabelecimento ficou ferido.
Fredson era percussionista no Projeto Axé, do qual fazia parte há 4 anos. Durante o velório, familiares lamentaram a morte do jovem, que viajaria na quarta-feira (23) para o município de Teofilândia, onde comemoraria o natal com o pai e as irmãs. "Ele estava todo feliz, cheio de planos, iria para a casa do pai no interior passar o feriado. Era um menino muito bom, nunca deu trabalho", lamentou o padrasto de Fredson, o segurança Reginaldo Oliveira Santos, 45.
Fredson Fonseca de Jesus Santos era estudante de percussão do Projeto Axé (Foto: Reprodução/Bruno Wendel/Correio) |
Ainda de acordo com Reginaldo, no dia do crime, o estudante tinha saído de casa para comprar uma sandália e chamar o irmão, que estava na lan house. "Dei o dinheiro para ele comprar a sandália. Ele nem chegou a comprar. Passou na lan house para chamar o irmão e foi atingido pelos tiros", disse.
De acordo com a mãe do jovem, que preferiu não se identificar, ela chegou a ouvir os disparos que acertaram o filho, mas achou que eram fogos. "Eu achei que eram os meninos soltando bomba na rua e não dei importância. Pouco tempo depois, meu outro filho que estava na lan house entrou correndo em casa dizendo que ele (Fredson) tinha sido baleado e estava caído", disse.
Segundo a família, o estudante chegou a ser socorrido para dois hospitais, mas não resistiu aos ferimentos. "Eu abracei meu filho e levei para o hospital da Ufba (Hopital da Clínicas). Lá ele recebeu os primeiros socorros e teve uma parada cardíaca. Depois transferiram ele para o HGE, onde ele teve outras duas paradas cardíacas. Ele teve morte cerebral e umas 3h da manhã o coração parou de bater" disse a mãe de Fredson.
Viagem internacional
Dedicado à música, o Fredson iria participar em junho do ano que vem de um festival em Spoleto, na Itália, como percussionista do Projeto Axé. "Ele era um menino alegre, comprometido, tranquilo, estava tendo um desenvolvimento muito grande dentro do projeto. O Projeto Axé foi convidado para participar do festival dos Dois Mundos, em Spoleto, e ele iria participar conosco, estava motivando os colegas a se dedicarem nos ensaios", disse Marcos Cândido, 49, coordenador de arte-educação e co-fundador do Projeto Axé.
Ainda de acordo com Cândido, além da percussão, Fredson tinha iniciado as aulas de teclado. "Começou a aprende o teclado também. Estava muito empolgado com a música. Dizia para a família que iria ser famoso e que daria uma casa para a mãe. Uma grande perda", lamentou.
Sobre o corpo do estudante, uma camisa do Projeto Axé foi estendida. "Ele gostava do que fazia. Acordava todos os dias às 6h e começava a se arrumar. Às 7h, acordava o irmão, com quem ia para o projeto", disse a mãe da vítima.
A vendedora ambulante Sheila Galiza dos Santos deixa dois filhos (Foto: Bruno Wendel/Correio) |
O dono do estabelecimento, Etevaldo Conceição Silva, 35, também foi baleado. Segundo populares, o crime foi cometido por um homem identificado como Ítalo Gordo, traficante da região.
Ele teria ido até o local em busca de Leandro, com quem possuía desavenças por conta das drogas. Sheila, que era namorada de Leandro, foi enterrado na terça-feira (22) no cemitério Quinta dos Lázaros. Já o corpo de Leandro foi enterrado em Itapuã.
O CORREIO entrou em contato com o delegado Odair Carneiro, titular da Delegacia de Homicídios Múltiplos (DHM), mas não obteve retorno.
Veja também:
Leia também:
AUTOR
AUTOR
Participe do canal
no Whatsapp e receba notícias em primeira mão!
Acesse a comunidade