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Esposa de professor morto se desespera: "como vou viver sem ele?"

Família de professor de educação física assassinado está em choque

• 04/11/2014 às 7:56 • Atualizada em 01/09/2022 às 20:22 - há XX semanas

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Os gritos de dor dos familiares e amigos do professor de Educação Física George Lázaro Carvalho Nascimento, 29 anos, ecoavam ontem de manhã pela Rua Francisco Góes Calmon, em São Caetano. Era o som do desespero ao ver o corpo do jovem na porta da Academia Planeta Água Azul, onde trabalhava. Ele chegava para trabalhar por volta das 7h30, quando foi morto com um tiro no rosto por um homem que o abordou em uma moto amarela. Segundo o delegado Alberto Schramm, que fez o levantamento cadavérico, após o disparo o homem fugiu empurrando a moto, que demorou de ligar. A mochila com os pertences de George, incluindo um celular e a carteira, foi encontrada ainda presa ao braço da vítima. Por conta disso, a polícia, que inicialmente considerou a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte), passou a tratar o caso como execução. No IML, a mãe de George, Cristina Matos Carvalho, 50, informou, porém, que o filho tinha dois celulares e apenas um estava na mochila após o crime.
De acordo com a assessoria da polícia, testemunhas relataram que o homem da moto já aguardava a chegada do professor. A versão confirma o relato do líder comunitário Domingos Moreira. “O que nos foi relatado é que havia um homem sentado, esperando ele chegar. Aí abordou ele e atirou. Para mim, como não roubaram nada, eu acho que pode ter sido execução”, disse. Apesar dessa versão, os pais da vítima afirmam que o filho era uma pessoa boa e não tinha desavença com ninguém. “Ele era uma boa pessoa, era uma pessoa muito amigável, muito amigo, muito querido”, descreveu o pai de George, o técnico Manoel Nascimento. “Para ele não tinha nada de ruim. Ele já tinha sido assaltado outras vezes e sabia que não iria reagir”, completou o pai.
O crime será investigado pelo delegado titular da 3ª Delegacia de Homicídios (DH/BTS), Guilherme Machado.

Moradores acompanham o trabalho de perícia da polícia no local do crime. Muito querido, George estava casado havia cinco meses (Foto: Mauro Akinm Nassor)

Choque A mãe de George, ao chegar ao local do crime, quase não conseguia falar. “Eu não tenho palavras, é preciso ter muita fé em Deus para conseguir segurar nesse momento”, disse.
Durante a perícia, Cristina ficou abalada, mas ainda assim acompanhou todo o trabalho. “É meu filho, eu não quero sair daqui”, respondeu quando um familiar tentou afastá-la da fita de isolamento. À tarde, no IML, Cristina contou que George trabalhava como instrutor em outra academia e dava aula em duas escolas, uma delas em Boa Vista do São Caetano. Morador da Capelinha desde a infância, George se mudou há pouco tempo para o Barbalho, depois que se casou com a enfermeira Aline Morais. Segundo a sogra, os dois namoravam há nove anos e se casaram há cinco meses. Ela esteve ontem no local do crime, mas a família preferiu afastá-la da situação.
Aos prantos, a esposa não acreditava no que havia acontecido “Meu marido... Como vou viver sem ele? Eu acabei de casar!”, disse, enquanto era amparada por familiares.

Mãe de George (ao fundo) se desespera ao ver o corpo do filho na rua (Foto: Mauro Akin Nassor)

AlunosGeorge trabalhava nessa academia havia cerca de seis anos. O dono do estabelecimento, Elder Costa, ficou estarrecido com a notícia. “Ele não tinha desavença com ninguém, uma pessoa extremamente correta, muito boa. Ele era professor de várias academias aqui do bairro”, contou.
A primeira aula de ontem seria de hidroginástica, com uma turma de idosos. George dava aulas nessa academia três vezes por semana. Amigos e moradores da rua ficaram atônitos com a situação. “É mesmo o professor George? Eu não acredito! Meu Deus, ele era o meu professor, meu Deus, que mundo é esse?”, questionou uma idosa, que preferiu não se identificar.
O corpo deverá ser sepultado hoje de manhã. O local não foi definido.
* colaborou: Edvan Lessa Matéria original do Correio Esposa de professor de educação física assassinado se desespera: "como vou viver sem ele?"

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