Mais do que oferecer um terminal de transporte organizado, limpo e seguro, a nova Estação da Lapa consolida em Salvador o modelo intermodal de deslocamento, se alinhando ao conceito de hub de mobilidade urbana. Atualmente, suas plataformas interligam as 107 linhas de ônibus que circulam pelo local e o metrô, mas as intervenções foram planejadas para a recepção, num futuro próximo, dos sistemas de BRT e VLT.
Presentes em cidades como Nova York, Londres e Estocolmo, os hubs funcionam como uma central de distribuição e recepção de diferentes meios de transporte. “Podem garantir bom acesso não só para ônibus, com transferências rápidas, mas também para pedestres, passageiros que venham de carona, passageiros de táxi, entre outros”, explica André Cademartori Jacobsen, da Associação Latino-Americana de Sistemas Integrados e BRT (SIBRT). A localização central, a concentração de quase 20% dos roteiros da cidade e o fluxo diário de 460 mil usuários conferiram à Lapa um papel prioritário no planejamento do transporte. “Não é uma intervenção isolada, a reforma da Estação coroa tudo que foi realizado no setor desde o início desta gestão, em 2013”, ressalta o secretário de Mobilidade, Fábio Mota. Ele explica que com as intervenções feitas em Cajazeiras V, no Largo do Luso (Plataforma) e na região do Iguatemi, os passageiros dessas regições chegam mais rápido à Lapa e precisavam encontrar um lugar à altura. IntegraçãoA Lapa também é peça fundamental na expansão do uso do bilhete único, por reunir roteiros para os principais destinos da cidade. “Em qualquer grande metrópole, menos de 10% dos usuários chegam ao destino pegando um ônibus”, garante Mota. Em Salvador, somente 12% dos usuários optam por pegar dois transportes e pagar apenas uma tarifa. A expectativa é que o percentual cresça gradualmente com a integração plena do sistema de ônibus com o metrô (atualmente restrita a dez linhas), o que depende apenas da unificação do cartão de passagem. Embora o número de linhas que utilizam a Estação não tenha crescido, neste primeiro momento, a capacidade foi ampliada, com o acréscimo de duas baias para embarque e desembarque no subsolo. A reforma incluiu ajustes que permitem a integração com o BRT, que usa ônibus de maior porte; e com Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), que partirão do Subúrbio, interligando com a Lapa a partir do Comércio.
ConvivênciaO especialista da SIBRT acrescenta que os hubs de mobilidade não se esgotam na integração entre diferentes modelos de transporte, pois são também “espaços para os cidadãos”. Aspecto que foi contemplado no projeto de reforma implantado pelo consórcio Nova Lapa (responsável por administrar a Estação). “Queríamos provocar uma experiência no usuário, interagir com ele”, define o diretor de engenharia do consórcio, Paulo Henrique Amorim. Foi com esse propósito que a Lapa ganhou um espaço de convivência, onde acontecerão ações como a realizada no último Dia da Mulher, com oferta gratuita de massagens e serviços de beleza. Além disso, a Lapa oferece posto do Salvador Card, lanchonetes e cafés, e em breve ganhará uma farmácia, terminais bancários e uma clínica popular. Usuários aprovam reforma“Está bonito, agradável, com acesso muito mais fácil às informações e ao local”, avaliou a estudante Dandara Simões, 23 anos, que voltava de uma viagem com a afilhada quando conversou com o CORREIO. A jovem passa diariamente pela estação, onde desembarca do ônibus que vem do Subúrbio e faz integração com uma linha para o Rio Vermelho, bairro da sua faculdade. As melhorias também foram percebidas pelo bombeiro civil Emerson Santos, 36, que trabalha em um shopping na vizinhança. “O cheiro melhorou consideravelmente. Antigamente, tinha muita sujeira, dava barata, até rato”, lembrou, enquanto esperava seu ônibus, sentado nos bancos recém-instalados.
Reforma prepara estação para integrar meios |
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