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SALVADOR

Família faz protesto após sumiço de adolescente em restaurante

A polícia ouviu os familiares da vítima e intimou os seguranças e o dono do restaurante

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Redação iBahia

19/04/2017 às 14:46 • Atualizada em 27/08/2022 às 23:24 - há XX semanas
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O CORREIO teve acesso a um vídeo que mostra familiares e amigos de Guilherme dos Santos Pereira da Silva, 17 anos, em protesto após o desaparecimento do adolescente na tarde de segunda-feira (17) em frente ao restaurante Paraíso Tropical, na Rua Edgard Loureiro, no Cabula. O jovem sumiu depois de entrar no terreno com amigos.
As imagens mostram os familiares do adolescente fazendo uma oração em um círculo em frente à entrada do restaurante. Eles acusam seguranças do estabelecimento de atirarem em Guilherme. O dono do restaurante, o chef Beto Pimentel, nega as acusações. A polícia ouviu os familiares da vítima e intimou os seguranças e o dono do restaurante.


				
					Família faz protesto após sumiço de adolescente em restaurante


Segundo a Polícia Civil, Guilherme e outros três amigos entraram no terreno do restaurante por volta das 17h, para comer jaca. Eles estavam sentados quando ouviram os disparos e saíram correndo. Os amigos voltaram alguns minutos depois procurando por Guilherme, mas ele não foi encontrado.



O chef Beto Pimentel contou para os policiais que está criando galinhas próximo ao local onde houve a invasão. Há algumas semanas ele contratou seguranças depois que alguns animais foram roubados. A suspeita é de que Guilherme tenha sido baleado por um dos homens que faziam a proteção do local.

A mãe do adolescente e um dos amigos que estava com ele no momento em que tudo aconteceu, e que também é menor de idade, foram ouvidos no Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), na tarde desta terça-feira (18). A polícia informou que aguarda os seguranças e o dono do restaurante para serem ouvidos ainda nesta terça.

Protesto

Nesta terça, a família e os amigos fizeram uma vigília em frente ao restaurante, em busca de respostas. Segundo eles, os três amigos que estavam com Guilherme não foram baleados porque conseguiram fugir a tempo.

“Ele só veio pegar frutas, como todo mundo faz. Os meninos (os amigos) disseram que ele tomou dois tiros e caiu. Quando chegamos aqui, umas 18h, falamos com o dono do restaurante, e ele disse que ouviu o barulho, mas não saiu para ver o que era. Entramos pelo mato (no pomar) e vimos a sandália suja de sangue e o boné dele caídos no chão. Meu irmão é uma criança. Só tem tamanho. Não se envolve com tráfico, não usa drogas, nada”, contou o irmão de Guilherme, o montador de móveis Rafael Silva, 23.

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Guilherme é o caçula de dois filhos e mora com a família em Pernambués. Ele cursa o 8º ano (antiga 7ª série) do Colégio Estadual Ministro Ademar Baleeiro, que fica no mesmo bairro. O pai do jovem, o mensageiro Edmundo Silva, 52, contou que os amigos dele viram quando o adolescente foi baleado e que não há dúvida de que ele foi atingido no pomar do restaurante. “Ele não voltou para casa. Está desaparecido desde ontem. Os amigos dele viram uma pessoa atirando”, disse.

O restaurante
Ao CORREIO, o proprietário do restaurante, o chef Beto Pimentel, negou as acusações. Ele contou que o estabelecimento estava fechado na segunda-feira e que o segurança que trabalha no local também não estava no serviço. Ele contou que escutou um forte estrondo no horário que a família de Guilherme diz que ele teria invadido o pomar, mas que não percebeu nada de anormal.

“O pomar é imenso e o tráfico aqui é grande. Tem muita disputa do pessoal de Pernambués, Saramandaia e São Gonçalo. Aqui, você ouve tiro todo dia. Não sei se esse era tiro, porque eu estava no banho. Foi um ‘bum’, mas não parecia bomba”, afirmou.

O chef contou que estava saindo para encontrar um médico quando foi abordado pela família de Guilherme. “Eles diziam que meu segurança tinha colocado algo no chão, como se fosse uma mina e explodido”, disse.

Pimentel se disse chateado com as acusações e informou que na rua onde o restaurante está localizado existem câmeras de segurança. Ele pediu que a polícia e a família do jovem solicitem as imagens. Segundo ele, o pomar tem quase 60 mil m² e faz fronteira com um segundo pomar – da associação de moradores do bairro.

Buscas
O dono do restaurante Paraíso Tropical contou que policiais percorreram toda a área do pomar nesta terça-feira, mas não encontraram nada sobre o desaparecimento de Guilherme. Os familiares do jovem contaram que foram até o Instituto Médico Legal (IML) e estiveram nos principais hospitais de Salvador, mas não conseguiram informações sobre o paradeiro do adolescente.

O caso será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Quem tiver informações sobre Guilherme pode ajudar a polícia através do Dique Denúncia pelos telefones: (71) 3235-000 ou 181.

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