Garoto baleado na cabeça no bairro do Lobato deixa UTI

O garoto Erick de Jesus dos Santos, 10 anos, deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral do Estado (HGE) neste fim de semana. Ele permanece na enfermaria da unidade e tem estado de saúde considerado estável. A criança passou por uma cirurgia no crânio no último dia 18 e, segundo a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), está se recuperando bem.

Dois homens morreram no tiroteio que deixou o garoto ferido na tarde da última quarta (19), na região da Prainha, no Lobato. Existe a suspeita de que policiais militares sejam os autores dos disparos. Segundo a assessoria da Polícia Militar, o crime foi provocado por um conflito entre traficantes da região dos Dois Fundões, que liga o Uruguai ao Lobato.

Ainda segundo a versão da PM, para fugir dos rivais, Misael Moreira da Silva, o Chiclete, 39 anos, invadiu um barco ancorado próximo à Prainha. Na embarcação, estavam o pescador Gilvan Santos Santiago, 33, e seu vizinho Erick.

Durante a fuga, houve uma troca de tiros entre Misael e os rivais. Ele foi baleado diversas vezes e morreu no local. Gilvan foi atingido na cabeça e socorrido para o Hospital do Subúrbio, na Estrada Velha de Periperi. Segundo o posto policial da unidade, ele deu entrada na emergência sem vida.

Em nota, a Polícia Militar informou que os policiais encontraram três pessoas baleadas na embarcação e que os PMs não teriam participado do tiroteio. No entanto, parentes e amigos das vítimas contestaram a versão da polícia.

Familiares das vítimas incendiaram ônibus

Segundo testemunhas, Gilvan tinha voltado de uma pescaria e estava mostrando o motor do barco para Erick quando eles foram abordados por Misael em um barco a remo. Ele estava baleado e pediu socorro ao pescador. Gilvan parou o barco a motor para oferecer ajuda ao ferido.

Durante a troca de tiros entre a polícia e Misael, Gilvan tentou se abaixar, mas foi atingido na cabeça. Os tiros dos PMs, segundo versão da família de Gilvan, atingiram também Erick e Misael. Depois de o pescador ser baleado, o barco ficou à deriva até ser rebocado para a Prainha. De acordo com a PM, Misael era detento que não havia retornado da saída temporária de Natal.

Logo após o tiroteio, familiares das vítimas e moradores do Uruguai fizeram um protesto pedindo a punição dos culpados. Eles queimaram pneus, pedaços de madeira e lixo para bloquear o cruzamento das ruas Bela Vista e Resende Costa, na região do Bate-Estaca.

Um dia depois, cerca de 20 pessoas colocaram fogo em um ônibus da empresa Expresso Vitória, na rua Resende. Inicialmente, os manifestantes apedrejaram o coletivo, obrigando os passageiros a descerem. Em seguida, atearam fogo. O grupo também voltou a queimar madeira e objetos, incluindo dois contêineres de lixo. Matéria original: Correio 24h Garoto baleado na cabeça no bairro do Lobato deixa UTI