Seguro, IPVA, licenciamento, combustível, manutenção, multas, estacionamentos... A lista é grande e a despesa com o carro pode passar de R$ 12 mil ao ano, segundo os cálculos do educador financeiro e coordenador do Instituto DSOP, Reinaldo Domingos (confira a tabela na página ao lado). Para ele, o primeiro passo é entender que o carro é um bem de consumo e não um investimento. Nesse ponto, já entra na planilha de custos um item que poucas pessoas consideram: a depreciação do veículo.
Se o carro custou R$ 30 mil, por exemplo, uma estimativa conservadora avalia que ele perde 10% do seu valor anualmente. Ou seja, todos os meses, o motorista gasta R$ 250 sem sentir. “Você pode até valorizar seu carro e achar que ele vai ficar para sempre novinho, mas o mercado não valoriza”, diz Domingos. VantagemAbrir mão dessas despesas mensais foi uma das decisões recentes de Maria Silva, professora universitária aposentada. Ela percebeu que gastaria menos andando de táxi do que com as despesas do seguro, do combustível e dos estacionamentos. “Para ir ao médico eu gastava entre R$ 5 e R$ 12 só de estacionamento. Hoje, com o táxi, gasto menos que isso”, comenta Maria. Porém, a aposentada ressalta que, antes de decidir vender o carro, ligou para as empresas que prestam serviço de táxi, fez um levantamento dos gastos e calculou se valeria a pena. Na época em que dava aulas em três lugares diferentes da cidade, Maria lembra que vender o carro não seria um bom negócio. Este é um raciocínio correto, segundo o professor de Gestão Financeira de Curto e Longo Prazo da Unijorge, Antônio Costa. Ele recomenda que antes de qualquer decisão a pessoa avalie: onde eu usarei meu carro? “Tem que colocar na ponta do lápis quais as despesas que ele tem hoje com o automóvel e quanto ele gastaria se andasse de táxi. Será que ele vai gastar mais de R$ 1 mil de táxi?”, questiona Costa. O professor da Unijorge acredita que muitas pessoas estão mudando seus hábitos e deixando de possuir um carro em Salvador. Costa não esquece que a oferta de transporte público ainda é ruim na cidade, mas acrescenta que quem mora perto do trabalho tem tido com essa atitude uma redução nas contas mensais. Se decidir manter o carro, Domingos aconselha que a renda mensal seja comprometida em 20%, no máximo, com os gastos com o carro, isso se o veículo estiver quitado. “Mas não é assim que acontece. As pessoas estão comprometendo até 50% do que ganham com os gastos do automóvel e suas prestações. É um direito de todos querer ter um carro, mas as pessoas devem ter consciência desses gastos para não ter um desequilíbrio financeiro”. É este o bom exemplo que dá Antônio Cristiano das Virgens, analista de sistemas, que passou três anos anotando todas as despesas de manutenção que tem com um dos seus dois carros. Hoje, Virgens sabe que uma das suas maiores despesas é com combustível (uma média de R$ 500 mensais). Com manutenção, ele estima que gastou R$ 1,4 mil em dois anos e meio. “Sei que meu gasto é abaixo da média, porque entendo sobre carros. Uma vez, fui na concessionária trocar uma peça do vidro elétrico, que tinha quebrado. Eles me cobraram R$ 500. Procurei a peça em outro local, levei em uma oficina e o serviço saiu por R$ 50”, exemplifica. O analista ainda dá dica: se trocar algumas peças abaixo da periodicidade necessária, o motorista não tem dor de cabeça no quesito manutenção.
Fique atento à lista de despesas mensais com o seu automóvel |
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