Uma jovem baiana de 19 anos foi covardemente espancada por um rapaz em um ato de homofobia no bairro de Brotas, na última quarta-feira (8). Em entrevista ao jornal Extra, ela, que preferiu não se identificar, contou que esperava por um ônibus, quando um rapaz chegou a assediando e, sem o retorno esperado, partiu para a agressividade. "Ele veio assediando, com um tom de ameaça de estupro, que ia 'me arregaçar inteira', mas até aí achei que era só misoginia. Então ele me chamou de sapata nojenta e disse que eu ia apanhar muito por causa 'dessa cara asquerosa de sapatão'. Disse que 'essa merda se resolve em um mês, amarrando e f* todo dia". Quando ele me forçou no muro e me deu um tapa, disse que era pra eu deixar de ser abusada e responder quando um homem falar comigo, porque 'gente da minha raça é a escória desse país e tinha que ser eliminada", contou. Segundo ela, não tinha mais ninguém no ponto na hora do ataque; o homem era de pele branca e cabelos pretos. A jovem foi atingida por pontapés, socos e teve sua cabeça batida contra o chão por diversas vezes. O ataque deixou sequelas, mas ela ainda não sabe de que gravidade. "Durante a semana, fiquei um pouco confusa e errando coisas simples, mas pode ser só pelo stress e pode passar com o tempo. Ainda não tive o resultado da neurologia", disse. A vítima, que aos 15 anos levou um soco de um desconhecido ao andar de mãos dadas com a namorada, já pratica Muay Thai há cinco, mas as aulas de defesa pessoal ainda não conseguiram livrá-la de seres como o que a agrediu na semana passada. Sem acreditar em Justiça, ela disse que só registrou a ocorrência por insistência de um amigo, mas revelou temer que o agressor fique impune. "Eu fui fazer porque um amigo meu me pediu muito, para marcar nas estatísticas. Acho que não vai dar em nada. Não tenho muita esperança. Não foi só por não ser hétero, foi por ser mulher", acredita. Em contato com o iBahia, a assessoria da Polícia Civil afirmou que já está ciente do caso, mas que não há nenhuma informação sobre a vítima, pois ela preferiu não prestar queixa na referida unidade e a incentivou a tomar as medidas cabíveis. "A gente pede que ela faça a ocorrência para que possamos investigar a fundo e prendê-lo", disse um dos assessores.Ainda em entrevista ao Extra, a jovem contou que apenas um motorista parou para perguntar o que havia acontecido, mas a reação não foi a esperada. "Ele me perguntou se o cara era o meu namorado. Falei que não era, mas que agora também ele já tinha ido embora. Daí, o motorista disse que talvez ninguém tivesse parado porque ele podia ser meu companheiro e foi embora", relatou.
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