Amanhã, no dia da Lavagem do Bonfim, mais de um milhão de pessoas são esperadas no trajeto que vai da Igreja da Conceição da Praia até a Colina Sagrada, onde fica a basílica mais famosa da Bahia. Mas, a festa desta quinta-feira é só o momento mais popular das homenagens, que começaram desde o dia 5 de janeiro, com o início do novenário preparatório.
A verdade é que já é Bonfim há quase uma semana. A cada dia, cresce a movimentação de baianos e turistas dentro e nos arredores da igreja. Muita gente decidiu antecipar a fé e participar das missas que antecedem a lavagem. “No dia, fica muito cheio. Para a gente que tem mais idade é complicado”, justificou a aposentada Maria Rosa da Silva Agostinho, 65 anos, que veio de Aliança, em Pernambuco, para dar os três nós da fitinha no famoso gradil.
A família inteira de Jaguaquara, no Sudoeste da Bahia, aproveitou a estadia para fazer pedidos. Não vão poder estar presentes na lavagem, mas prometeram voltar para agradecer. “É a primeira vez que amarro a fitinha. Pedi com fé! Infelizmente não vou estar aqui quinta-feira, mas com certeza voltarei”, disse a comerciante Vera Duarte Xavier, 51 anos, ao lado do marido, filha, irmã e sobrinha.
O vendedor de fitinhas, dos mais antigos na porta da igreja, começa a faturar. Amanhã é o dia mais forte de vendas, mas desde o início do ano tem dado para embolsar uns R$ 30 por dia. “Pouco ou muito, a gente sempre ganha”, diz Adauto de Jesus, conhecido como Paulinho Louro, vendedor das tradicionais fitas há três décadas.
Ano a ano, o padre Edson Menezes, reitor da basílica, aposta em novidades para a festa. Foi ele o primeiro a mostrar para os fiéis a imagem de Senhor do Bonfim durante a festa, tirando-a de dentro da igreja, anos atrás. Desta vez, a mesma imagem participará do cortejo que vem da Conceição da Praia.
Algumas pessoas não sabem, mas os festejos ultrapassam a quinta-feira e chegam até o domingo, o dia de Senhor do Bonfim propriamente dito. “Ele merece muitos dias de comemoração. Por isso, são nove dias preparatórios, a lavagem do adro no meio e a grande festa no domingo”, resumiu Padre Edson Menezes.
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Redação iBahia
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