Jovens ensaiam coreografia que será apresentada para o papa

No começo, as mãos parecem não obedecer. Mas eles insistem: para frente, para cima e para baixo, com direito a rodadinha. E mostram que há gingado em outras latitudes. Cerca de 2 mil jovens de 52 países protagonizaram um ensaio diferente, ontem, no Terreiro de Jesus: dançaram a coreografia, com direito a gritinhos de “uh-hu”, que vão apresentar para o papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que acontece no Rio de Janeiro, a partir do dia 23.

Os jovens estão em Salvador participando do Magis, preparatório para a JMJ, promovido pela Companhia de Jesus. Ontem pela manhã houve missa e ensaio da coreografia no pátio do Colégio Antônio Vieira, local onde todos estão hospedados. À tarde, se concentraram no Terreiro de Jesus para o Flash Mob — aglomeração para uma determinada ação inusitada previamente combinada. Nesse caso, a ação foi uma coreografia criada pelos coreógrafos Gilmar Pereira, 29 anos, e Adriana Soares, 36.

Apesar de terem influência da dança paraense, os movimentos foram simplificados. “Buscamos uma coreografia simples, mas animada. Não adianta fazer uma coisa complicada para muitos não conseguirem reproduzir”, explicou Adriana.

Depois da apresentação, que foi organizada para reunir todo o grupo, os jovens, com idade entre 18 e 25 anos, se dividiram em subgrupos para um passeio pelas ruas do Pelourinho. Eles estão em Salvador desde quinta-feira e ficam até amanhã, quando viajam novamente para outras 80 cidades do Brasil para participar de ações socioculturais e também de atividades voluntárias, como cuidar de crianças em creches.

“É a minha primeira vez no Brasil e no evento. É muito bom ver todos tão patriotas, mas ao mesmo tempo tão unidos”, afirmou a estudante americana Meghan Ronsigian, 22. Meghan faz parte da maior delegação do evento, com cerca de 200 jovens.

“Fiz horas extras no meu trabalho para poder vir”, contou a americana Alexandra Nachtman, 20. Quando não há compromissos, eles têm tempo livre para passear pela cidade com um detalhe: voltar ao colégio antes das 23h, quando o portão é fechado.

O padre Geraldo Lacerdine, coordenador nacional de comunicação do evento, explica que Salvador foi escolhida para sediar a primeira etapa do encontro por sua diversidade cultural e por ter sido o local em que os jesuítas chegaram a América em 1549.