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Manifestações a favor da redução dos preços cobrados pelo litro da gasolina, que chega a custar R$ 2,97, aconteceram, neste final de semana, em diferentes postos da capital baiana. Jovens fizeram filas para abastecer o carro com valores abaixo de R$ 0,50 e cobraram notas fiscais pelo abastecimento. Os protestos realizados nos postos BR do bairro da Graça, do Itaigara, além do Stiep e da Avenida Paralela fazem parte do movimento #NaMesmaMoeda, realizado em diversas cidades do Brasil. A iniciativa surgiu e se expandiu rapidamente através das redes sociais. Em pouco tempo, conquistou o apoio de milhares de jovens revoltados com o alto preço cobrado pelos combustíveis, que varia entre R$ 2,97 e R$ 3, 30. Protestos já foram realizado em Goiânia, Belo Horizonte e Florianópolis e, no mês de maio, chegam às cidades de Natal, Campinas e Recife. Na prática, para que o protesto funcione, a pessoa precisa abastecer o carro com valor igual ou inferior a R$ 0,50 e cobrar a nota fiscal aos frentistas. A ideia é atingir o bolso dos donos dos postos que precisam pagar uma taxa de imposto a cada nota fiscal emitida. Alguns manifestantes chegaram a repetir o processo para conseguir ainda mais atenção. Em Salvador, um grupo de estudantes decidiu elaborar um convite via Facebook para amigos próximos. Na página constavam informações sobre a manifestação que planejavam fazer em um posto da Graça, onde a maioria reside. Para surpresa dos jovens, em menos de uma semana de divulgação, mais de três mil pessoas já haviam confirmado presença, o que fez o protesto se expandir para outros postos da cidade. “Sempre resenhávamos entre nossa galera sobre o preço absurdo que estavam cobrando pela gasolina, mas nada que tomasse uma proporção grande como tomou após a divulgação no Face”, afirma um dos organizadores, Yuri Liberato, 20 anos, estudante de engenharia mecânica. Também envolvido com a organização, Hilton Lima, 20 anos, completa a fala do amigo: “Nós queremos que não aconteça só desta vez, mas que continue se repetindo, pelos menos, duas vezes na semana, para mostrar que não estamos satisfeitos” . No posto BR da Graça, a ação estava marcada para começar às 20h, mas devido às fortes chuvas e a desistência de muitas pessoas, o protesto começou fora do horário combinado. Os manifestantes ligaram o pisca dos carros e fizeram muito barulho com buzinas que chamaram a atenção de todos que passaram pelo local. O proprietário do posto assim como todos os funcionários presentes não quiseram dar entrevista. Quanto ao atendimento, o estudante de informática Antônio Franga, 23 anos, afirma que foi de qualidade. “Coloquei R$ 0,32. Achei bom o serviço, depois de receber a minha nota fiscal me ofereceram até balinha! Acho que vou voltar para colocar mais R$ 0,30 que encontrei aqui no bolso”. Por volta das 21h, a polícia apareceu no local para saber o que estava acontecendo, conversou com alguns jovens e rapidamente foi embora. A voz do povo!
Ivina Baqueiro, 20 anos, estudante de enfermagem “Eu fiquei sabendo da manifestação pelo Facebook de outras pessoas. Tem uma semana que está rolando o convite, vi as pessoas se movimentando e resolvi participar, afinal, é um abuso e um desrespeito o valor cobrado pela gasolina. Vi na TV que a gente exporta a gasolina por menos de R$ 1. Na Argentina a gasolina custa menos de R$ 1,50!”
Manoela Martins, 20 anos, estudante de arquitetura “Eu vi alguns vídeos na internet sobre o movimento em Goiânia, postei no meu Face e muita gente comentou. Tive um total de mais de 70 comentários! Uma amiga me contou que estava rolando esse convite para a manifestação e comecei a conversar com outras pessoas para nós agilizarmos o processo. Já tentei fazer protesto para o metrô, 400 pessoas confirmaram presença, mas apenas 12 participaram. Desta vez tem que ser diferente! Toda semana o preço é alterado! Há três semanas estava R$ 2,79, depois subiu para R$ 2,89 e depois R$ 2,97. Precisamos fazer barulho e exigir nossos direitos!”
Marcelo Boana, 24 anos, estudante de engenharia química “Inicialmente vi o vídeo que fizeram em Goiânia, achei bem interessante e por coincidência, no dia seguinte um amigo me mandou o convite do protesto. Achei interessante porque o preço da gasolina está quase R$ 3, muito caro, muito abusivo. Não tem porque pagar este preço, precisamos fazer alguma coisa para controlar tudo isso. É preciso chamar a atenção da Petrobras e do governo. As pessoas não estão felizes, por isso, tem que protestar e levantar a cabeça mesmo”
Rodrigo Cortizo, 26 anos, empresário “Fiquei sabendo do protesto pelo Face, através do movimento #NaMesmaMoeda. Fiquei com vontade de vir porque acho um absurdo o preço da gasolina atualmente. Estou aqui pra incentivar o movimento. Queremos chamar atenção das distribuidoras, queremos a diminuição do preço e de impostos que incidem no valor do combustível”