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SALVADOR

Justiça nega prisão preventiva de empresários investigados por torturar funcionários

Patrões são investigados por tortura contra William de Jesus Conceição e Marcos Eduardo Serra Silva, com pauladas na mão

Redação iBahia • 25/10/2022 às 16:33 - há XX semanas

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					Justiça nega prisão preventiva de empresários investigados por torturar funcionários
Foto: Reprodução/Redes Sociais

O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) negou o pedido de prisão preventiva aos empresários Alexandre e Diógenes Carvalho. Os dois são investigados por tortura contra os funcionários William de Jesus Conceição e Marcos Eduardo Serra Silva, com pauladas na mão, em agosto deste ano.

A prisão dos empresários foi pedido pelo Ministério Público da Bahia, que seguiu o laudo pericial do Departamento de Polícia Técnica (DPT). No dia 26 de setembro, o laudo confirmou que os funcionários sofreram tortura pelos patrões. Um dos homens teve as mãos queimagas, onde foi escrito o número 171. A ação uma “punição”, motivada pelo suposto furto de R$30 da empresa. O jovem nega ter roubado o dinheiro.

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Identificado como William de Jesus, o rapaz também foi agredido com pauladas nas mãos e no corpo. O colega de trabalho dele, Marcos Eduardo Serra, foi agredido a pauladas.

A decisão foi determinada pelo juiz José Reginaldo Costa Rodrigues Nogueira na sexta-feira (21). O magistrado também marcou uma audiência de instrução e julgamento para o dia 19 de abril de 2023, às 14h, na modalidade telepresencial (videoconferência).

Tortura

O jovem que teve as mãos queimadas pelos homens e foi agredido a pauladas, contou detalhes das agressões e afirmou que os suspeitos demonstravam satisfação com o sofrimento que ele sentia.

“A todo momento não vi arrependimento no olhar dele. Eu vi o querer fazer toda essa situação que ele fez comigo. Ele queimava com calma para eu sentir a dor. Eu gritava muito, apesar de eu estar com o pano a boca, para não fazer zoada, para não chamar atenção. Ele me queimava devagar, com aquela crueldade, ainda falando que não queria estar na minha pele”, disse.

Segundo o jovem, ele não esperava que fosse ser agredido. Os homens teriam o atraído ao local das agressões com a justificativa de que seria para ele trabalhar.

“Eles me chamaram para trabalhar. Aí quando eu cheguei lá, já era uma emboscada. Começaram a falar que eu estava roubando, aí começaram as agressões, tanto física quanto verbal, fizeram aquela tortura. Só eu sei o que eu passei”, contou.

O jovem disse também que sofreu tanto que não consegue estimar quanto tempo passou sendo agredido pelos suspeitos.

“Brincaram comigo como se eu fosse um objeto. Acho que foi uma hora ou 40 minutos [de agressões], não sei, era muito doloroso para mim contar o tempo. Passei por muita dor e muito sofrimento. Eu pedi a todo instante para ele parar, pedia a todo momento pela minha vida e ele só me agredia. Quando ele queimou, no olhar dele, ele estava feliz”, disse.

Racismo

A vítima também revelou uma situação de racismo, apesar dos agressores também serem negros.

“Eu tentei sair, tentei me explicar a todo momento. Tentei conversar, mas ele estava com a frieza. Ele sorria para mim e me agredia demais com palmatória, murros. A todo momento era só agressão. Eu chorava muito e pedia para ele não faz isso. Ele sorriu e disse que eu ia passar as coisas que os negros passaram [na escravidão]. Foi muito humilhante. Ainda me colocaram uma saia”.

Relembre o caso

Dois jovens alegaram que foram torturados pelo dono de uma loja após supostos furtos no estabelecimento, onde eles trabalhavam, no centro de Salvador no dia 26 de setembro. O crime foi registrado na 1ª Delegacia Territorial (DT).

Segundo o delegado William Achan, que cuida do caso, o suspeito confessou as torturas em depoimento e disse que teria agido dessa forma porque havia ficado chateado com o sumiço de R$ 30 da loja.

De acordo com relatos das vítimas, que têm 24 e 21 anos, as agressões aconteceram no dia 19 de agosto e foram filmadas. Além do dono da loja, outro homem teria participado dos ataques. As imagens foram compartilhadas nas redes sociais como um “aviso”.

Um dos jovens foi agredido com pauladas nas mãos e o outro teve as mãos marcadas com o número 171, em referência ao artigo 171 do Código Penal Brasileiro, que trata sobre o ato de estelionato, ou seja, enganar outras pessoas para conseguir benefícios próprios.

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