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SALVADOR

Lixo industrial vira produto sustentável

Cetrel inaugura centro que vai produzir madeira plástica no estado

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26/08/2011 às 9:00 • Atualizada em 02/09/2022 às 9:03 - há XX semanas
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Transformar resíduos industriais em produtos sustentáveis, como madeira plástica, blocos e até asfalto. É o que será feito no Centro de Inovação e Tecnologia Ambiental (Cita), inaugurado ontem, no Polo de Camaçari. A unidade já tem R$ 90 milhões da Finep - Financiadora de Estudos e Projetos do governo federal garantidos para tocar este e outros projetos envolvendo material descartado pelas indústrias do complexo. O centro foi construído pela Cetrel - empresa que cuida do tratamento de resíduos e efluentes do Polo - e contou com investimentos de R$ 15 milhões. Nos laboratórios, uma equipe de técnicos trabalha para descobrir processos que agreguem valor comercial aos resíduos industriais. O empreendimento terá três plantas piloto para produção em escala semi-industrial, que estarão em funcionamento até o ano que vem.
Pesquisas O responsável pelo desenvolvimento e inovação em produtos do Cita, Alexandre Machado, explicou que o centro já desenvolve projetos em três linhas de pesquisa: para reaproveitar resíduos plásticos, metálicos e compostos de enxofre descartados. No caso dos resíduos petroquímicos, os pesquisadores desenvolveram uma tecnologia para produzir a madeira plástica, fabricada a partir da mistura com fibra de celulose. Com esse processo, cerca de mil toneladas de resina plástica descartada pela Braskem mensalmente vão virar material para construção civil, junto com a fibra de celulose proveniente de outra fábrica do Polo. Para Machado, a parceria com a Braskem representa um diferencial competitivo fantástico. “Isso nos dará condição, por exemplo, de produzir madeira plástica mais barata que dos Estados Unidos”, revelou, garantindo que o preço final do produto no mercado custará até três vezes menos aqui no Brasil.
“Será praticamente o preço da madeira convencional”, observou. A ideia, segundo ele, é conseguir uma fatia de 0,5% do mercado brasileiro de madeiras, que movimenta atualmente cerca de R$ 28 bilhões por ano. Outro projeto do Cita consiste na transformação de compostos de enxofre descartados em insumo nobre para a indústria de cosméticos. Segundo Machado, o produto final produzido no centro tem um grau de pureza até cinco vezes maior do que o disponível no mercado. “É um material de padrão mais alto, consequentemente de maior valor agregado”, ressaltou. A terceira linha de pesquisa é a recuperação de metais preciosos como ouro, prata, cobre e alumínio encontrados em alguns resíduos descartados pelas empresas, principalmente as do setor de tecnologia. Patentes O presidente da Cetrel, Ney Silva, disse que a ideia do Centro é licenciar a tecnologia dos processos para outras empresas que possam operar em grande escala. Até o momento, o Cita já solicitou quatro registros de patentes, mas pretende apresentar outros dez nos próximos meses. Segundo ele, o Cita representa a mudança de estratégia da empresa, que há quatro anos resolveu apostar em projetos de inovação. “Descobrimos, com isso, um grande potencial de negócios”. A fórmula, conta ele, é simples. “Não existem regras. Tudo que é descartado pode ser transformado”. Silva contou que a Cetrel investirá de 7% a 10% de seu faturamento no novo centro. A empresa pretende ainda se tornar parceira de empresas de todo o Brasil. Para isso, uma planta piloto já foi instalada na Paraíba e outras duas serão construídas no Rio Grande do Sul e em Pernambuco. Presente na inauguração, o governador Jaques Wagner disse que os investimentos em tecnologias inovadoras no Polo só contribuem para que o complexo se torne mais atraente para captar mais indústrias. O secretário da Indústria Comércio e Mineração, James Correia, ressaltou que as iniciativas serão um importante marco para a implantação do parque tecnológico no estado.

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