A mãe do baiano Odycleidson Moraes do Nascimento, 22 anos, assassinado a facadas no apartamento onde vivia, na cidade de Blanes, Espanha, não pode sequer ver o corpo do filho. Maria Cristina Moraes, 44 anos, está hospedada na casa de uma amiga de Kekeo, apelido de família, onde tenta desde a última terça-feira, trazer o corpo do filho para o Brasil. “A polícia daqui disse que não pode fazer nada e não deu prazo nenhum. A única coisa que informaram é que esperam a decisão de um juiz para que eu reconheça o corpo e o leve para o Brasil”. Aí está a outra preocupação de Maria Cristina, os custos com o traslado. “Precisamos de R$ 21 mil. Não temos esse dinheiro”. Desempregada, mora em Sete de Abril e está na Espanha com apenas R$ 270 na bolsa. Familiares e amigos fizeram uma “vaquinha” para comprar sua passagem. Ela está revoltada com o descaso do Consulado brasileiro. “O Consulado diz que não tem obrigação de pagar. Meu filho é brasileiro e tem o direito de ser enterrado em seu país”.
Kekeo foi morto no último dia 5. Ele estava há quatro anos na Espanha de forma clandestina. Foi levado para lá pelo padre Jaume Reixach, com quem morava, e teria tentado apartar uma briga entre o religioso e o filipino Eulogio Sol Lumalang, 44 anos. “Ele disse que era casado com uma brasileira e prometeu mundos e fundos para meu filho. Parecia uma pessoa boa e tratava Kekeo como filho. Nem sabíamos que ele era padre”, admite a mãe do rapaz. A imprensa espanhola está tratando o fato como “uma trama de sexo e drogas”. Isso porque, ao confessar o crime, o assassino disse que tinha receio de, por causa do jovem brasileiro, perder a herança prometida pelo sacerdote. Eulogio Lumalang afirmou que sempre manteve relacionamento sexual com o religioso em troca de dinheiro e drogas. O filipino também foi levado à Espanha pelo padre, há 18 anos. Reixach negou tudo: “Esta pessoa não está bem da cabeça e agora está tentando me apunhalar”. Apesar do filipino afirmar que mantinha um relacionamento com o padre e que tinha ciúmes de Kekeo, a mãe do brasileiro não admite a possibilidade dele ser gay. “Ele o chamava de pai. Se meu filho fosse gay eu saberia, porque eu o criei”. De acordo com o Consulado brasileiro, que já foi notificado da morte do rapaz e está em contato com autoridades locais, não há meios legais de realizar o custeio do traslado e que não é possível o poder público agir. Matéria original Correio 24h: Sem dinheiro, mãe busca ajuda para trazer corpo de baiano assassinado na Espanha
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