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SALVADOR

'Me agarrei nas pedras',contou jovem que sobreviveu ao afogamento

Adriano Rosa completa 15 anos nesta segunda-feira. Na sexta-feira, ele e dois amigos se afogaram na praia da Barra

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Redação iBahia

29/05/2017 às 16:25 • Atualizada em 31/08/2022 às 21:25 - há XX semanas
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Essa seria uma segunda-feira (29) feliz para Adriano Rosa, quando completa 15 anos. Mas o semblante do jovem era de tristeza, após sobreviver a um afogamento na praia da Barra, e ver o amigo Rafael Ventura Rodrigues da Silva, 14 anos, morrer na mesma situação. O terceiro amigo, Antônio Carlos da Costa Silva, 16 anos, ainda não foi encontrado.
De cabeça baixa, ele lembrou de como conseguiu se salvar. “A onda veio e me jogou nas pedras, me agarrei nas pedras e comecei a gritar socorro. Meus colegas, como a gente fica brincando, achou que era mentira, aí abaixei a cabela chorando, os caras acreditaram”, contou o jovem, que ficou com as pernas arranhadas por causa do impacto nas pedras.

				
					'Me agarrei nas pedras',contou jovem que sobreviveu ao afogamento
Na memória de Adriano, tudo aconteceu muito rápido. Ele, Rafael e Antônio entraram no mar quando já era noite, para continuar as brincadeiras que faziam na areia da praia. O mar estava agitado e as ondas estavam “quebrando” nos jovens, por isso resolveram ir um pouco mais para trás.
“A onda pegou e bateu na gente, coma a maré estava esvaziando, levou a gente pro fundo, pisou e não achou chão. O primeiro que desceu foi Antonio Carlos, que começou a bater os bracos, aí deu cãibra de nó e desceu. Aí o outro tentou salvar o colega e não consigo, aí desceu também. Como eu não achei chão, eu nadei cachorrinho devagarzinho”, lembrou o jovem.
Adriano foi salvo por pessoas do grupo que os acompanhava no passeio. Um grupo de amigos tinha o costume de jogar bola e dessa vez, os mais novos foram convidados a participar da ida à praia. “Só foram dois dias que eu fui pra lá, no outro dia e nesse que eu fui agora e aconteceu a tragédia. Tinham dito pra gente que tinha um buraco outro dia, mas aí a gente entrou no mar e esqueceu”, completou.
Os três jovens moravam na mesma rua desde a infância. O afogamento abalou a comunidade. “Os meninos eram supercalmos. A rua ficou abalada. Eram uns meninos que não mexiam com ninguém. Todo mundo da rua gostava deles, tanto que quando soube o que tinha acontecido com eles, todo mundo se juntou para fazer uma oração”, contou Lícia, 18, irmã de Adriano.
A mãe de Adriano não sabia que o filho tinha ido à praia e foi surpreendida com a notícia do afogamento. “Eu achava que ele estava na outra rua, trabalhando no lava-jato. Quando soube já foi a notícia”, contou Georgina Souza.
O corpo de Rafael Ventura será sepultado nesta tarde, no Cemitério das Quintas dos Lázaros.
Localizado
No sábado (27), o tio de Rafael, Roque Hudson contou que Rafael não sabia nadar muito bem. Ele morava com os parentes na Liberdade e costumava ir à Barra encontrar os amigos. "Ele sempre ia jogar bola, pegar o babinha dele. Ele nadava mais ou menos, não tinha costume, mas quanto tinha intervalo do baba gostava de dar um mergulho", contou Hudson, na ocasião.
Rafael, Antônio Carlos e Adriano jogavam futebol com um grupo de amigos na areia da praia do Farol da Barra, em frente à região do Barracenter, na noite de sexta-feira (26).
Ainda na sexta-feira, a Capitania dos Portos foi acionada e fez buscas no local até por volta das 2h de sábado (27). O Graer, da Polícia Militar, também foi chamado, mas os jovens não foram localizados.
De acordo com o major Rogério Cerqueira, subcomandante do Grupamento Marítimo dos Bombeiros (GMar), o corpo de Rafael foi localizado na região do morro do Cristo, numa vala próxima às pedras.

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