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SALVADOR

‘Mijões de rua’, mostrados pelo Google, causam prejuízos à cidade

“Tradição” de fazer xixi na rua custa caro. Por mês são gastos cerca R$ 350 mil na limpeza dos pontos que são considerados sanitários a céu aberto

• 16/08/2012 às 11:16 • Atualizada em 31/08/2022 às 19:17 - há XX semanas

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Houve um tempo em que a prefeitura de Salvador anunciava que, quem fosse pego fazendo xixi na rua, iria ter que bater um papo na delegacia. Passados dois anos dos burburinhos, a única explicação que alguns dos “mijões de rua” terão que dar aos conhecidos é o que fazem nas imagens do Google Street View, regando a cidade para o mundo ver.
Sem fiscalização, mijões se aliviam sem problema em qualquer canto
Sorte que o cheiro não faz parte do avançado sistema da empresa americana Google, que disponibilizou, na terça-feira, imagens panorâmicas que servirão, entre outras possibilidades, como cartão- postal de Salvador, e flagram pessoas que aliviam as necessidades em locais públicos. O problema é que essa “tradição” de fazer xixi na rua custa caro. Segundo a superintendente da Empresa de Limpeza Urbana do Salvador (Limpurb), Angela Maria, por mês são gastos cerca R$ 350 mil na limpeza dos pontos que são considerados sanitários a céu aberto.
Capas do CORREIO de outubro de 2010 e de ontem: nada mudou
O valor é gasto na contratação de sete caminhões-pipas, abastecidos com cerca de 10 mil litros de água e detergentes aromatizantes - que, sozinho custa R$ 10 mil ao mês ao órgão para reduzir os odores -, além da manutenção dos sanitários químicos da cidade. “É um valor muito alto, que poderia estar sendo usado em campanhas de conscientização, nos multirões de limpeza que a Limpurb realiza nos bairros, ou na compra de papeleiras (lixeiras), que é uma necessidade fruto de um outro problema que temos: o vandalismo”, diz ela. Entre os locais preferidos dos “mijões”, os mesmos que a prefeitura atende com o carro-pipa, estão a Praça da Sé, o Comércio, as avenidas Sete de Setembro, Carlos Gomes e trechos da Av. Joana Angélica, o Largo das Baianas e a Igreja de Santana, no Rio Vermelho, São Tomé de Paripe e a área externa da Estação da Lapa. PromessaO projeto de lei proposto pelo Executivo municipal que puniria quem mijasse em vias públicas, que seria enviado à Câmara de Vereadores após o Carnaval de 2010, segundo divulgou o site do Legislativo, nem chegou a atravessar a Praça Municipal. “A ideia é essa (prender quem fizer xixi na rua). É fazer o que está sendo feito no Rio de Janeiro. Mas eu preciso de apoio do Estado e da União, porque a autoridade municipal aqui nunca foi levada muito a sério. Aqui só se respeita quem tem arma na cintura”, explicou o prefeito João Henrique, em agosto de 2010, em entrevista ao CORREIO. Além da Limpurb, outros órgãos como a Companhia de Desenvolvimento Urbano de Salvador (Desal) têm gastos com reformas em espaços e equipamentos públicos devido à acidez da urina, que chega a provocar corrosão em construções e calçamentos. A prefeitura diz já ter gasto mais de R$ 1 milhão em um ano (em 2009) para essas recuperações. PrejuízosNo turismo, porém, as perdas são incalculáveis. “Eu não diria que a divulgação de imagens como a do Google Street View tem impacto, mas prejudica certamente. O turismo é um setor muito sensível, qualquer coisa que mostre aspectos como a falta de educação vai prejudicar”, avalia Pedro Galvão, presidente da Associação de Agentes de Viagens da Bahia (Abav-BA). Segundo a Secom, a Guarda Municipal, durante suas rondas nas praças e vias, orienta os cidadãos a não urinarem em locais públicos. Já a assessoria de imprensa da Guarda diz que esse procedimento não tem sido adotado pelo efetivo da GM, exceto em ações pontuais da Secretária de Serviços Públicos (Sesp). “Estou nas ruas e posso dizer, não fazemos nada em caso de ver alguém fazendo xixi na rua”, diz um guarda que prefere não ser identificado.
Rio prendeu quase 900 no CarnavalA cidade do Rio de Janeiro utiliza o crime de ato obsceno, previsto no Art. 233 do Código Penal, para sustentar a condução às delegacias de pessoas urinando na rua. Lá, a fiscalização é feita por agentes da Secretaria Especial da Ordem Pública (Seop), com o apoio da Polícia Militar e da Guarda Municipal. Apesar de a aplicação da lei dividir autoridades policiais e o meio jurídico - que têm diferentes interpretações em relação ao que configura o ato obsceno - quase 900 pessoas foram presas no último Carnaval. No Rio, 360 câmeras serão instaladas no novo Maracanã para fiscalizar os mijões. A construtora responsável pela reforma do estádio garante que o concreto utilizado é à prova de xixi, que corroeu mais de 100 pilares do estádio antigo. A cidade mineira de Diamantina tem ações semelhantes. Já a cidade de Cabo Frio (RJ) tenta criar uma lei municipal para punir os mijões. Matéria original Correio 24h ‘Mijões de rua’, mostrados pelo Google, causam prejuízos à cidade

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