Os moradores do bairro de Vila Laura, em Salvador, saíram em passeata pelo bairro na manhã deste domingo (11). Durante a caminhada em homenagem a professora Andrea Borges Astolpho, 43 anos, morta no domingo (4) durante um assalto na região. O grupo saiu da igreja de Vila Laura, na rua Mário Rego, por volta das 8h30, e passou por todas as ruas do bairro. Eles cobram mais segurança para a comunidade. "Todo mundo está chocado. Moro aqui há 14 anos e nunca houve um latrocínio (roubo seguido de morte), ainda mais um como esse", comenta o líder comunitário William Jorge Monteiro. Segundo o morador, a comunidade de Vila Laura está se organizando para criar um conselho de segurança. Cerca de 3 mil pessoas participaram do movimento, todos vestidos de branco. No final da caminhada, por volta das 10h30, os moradores depositaram flores no local onde a professora foi assassinada há uma semana.
"A família dela participou também, e rezamos um Pai-Nosso em frente ao prédio onde ela morava. Foi emocionante", disse William Monteiro. Uma unidade de 48ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Cosme de Farias) acompanhou o movimento, que foi pacífico. Entenda o casoNeste último domingo (4), a professora Andrea Borges Astolpho, que morava em um condomínio próximo, havia ido até a delicatessen Super Panilha, na Rua Raul Leite, para comprar pão. Ela estava acompanhada do filho de 6 anos e chegada no local, por volta das 7h, quando foi abordada por dois homens armados. Andrea procurava vaga para estacionar o Celta, placa OUV-1470. A criança estava na cadeirinha no banco de trás e não se feriu. Andrea foi atingida do lado esquerdo da nuca por um tiro, que atravessou o vidro do Celta. O filho dela, de seis anos, estava no banco traseiro do carro e presenciou o assassinato da mãe. “Não roubaram nada. O vidro ainda estava fechado. O filho estava no carro com ela. De repente, ela tentou defendê-lo, andou (com o carro) e os bandidos, atiraram”, disse a delegada Maria Tereza Santos Silva, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O veículo seguiu descontrolado até a Rua Carlos Chenaud, onde bateu em um outro automóvel e parou. “A criança estava chorando e um policial a tirou do carro”, disse a delegada no dia do crime. Andrea, funcionária do Colégio Salesiano há dois anos, saiu de sua casa, no condomínio Vila Verde, que fica a cerca de 100 metros da delicatessen. De acordo com uma funcionária do local, que pediu anonimato, a professora ia diariamente à padaria. Um dos três acusados de participar do caso, Danilo Neri dos Santos, 18 anos, afirmou que Andréa chegou a engrenar uma das marchas, ao perceber que seria assaltada. Imagens Os três bandidos foram descobertos depois que a polícia teve acesso ao circuito de câmeras da região. Nas imagens, aparecem correndo após o disparo, Danilo (com uma mochila preta que foi apresentada pela polícia) e o adolescente de 16. Segundo a delegada Maria Dail, no mesmo dia, os investigadores da unidade saíram com as imagens no celular, mostrando aos moradores. Foram coletando informações e chegaram primeiro no adolescente de 16, que entregou Danilo, que delatou o menor de 14, líder do grupo. Todos foram presos em suas casas, na Baixa do Cruzeiro, na segunda-feira”, informou. A arma utilizada para matar a professora de Matemática ainda não foi encontrada pela polícia. De acordo com Danilo, o revólver, calibre 38, foi adquirido pelo líder do bando, através de um rapaz apelidado de Jegue. “Depois (do crime), a arma foi devolvida a Jegue”, contou. Policiais da 6ªDP realizaram incursões, mas até a tarde de ontem não haviam localizado o rapaz.
A investigação do caso foi fruto de um trabalho entre o Depom e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). “Trabalhamos para um bem comum, que é o bem-estar da sociedade. A integração faz um trabalho com mais agilidade”, declarou a delegada Maria Fernanda Porfírio, diretora do Depom, ao explicar o motivo da elucidação do caso em pouco mais de 24 horas. Ainda de acordo com a delegada, Danilo foi encaminhado ao Núcleo de Prisão em Flagrante, no Complexo da Mata Escura, e os adolescentes foram conduzidos à Delegacia para o Adolescente Infrator (DAI), em Brotas. Matéria original: Correio 24h
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