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SALVADOR

Motorista que matou ex a facadas em passarela é condenado

Jéssica ia para o trabalho no Shopping Paralela quando foi surpreendida por Jeã. Dois dias depois do crime, ele se entregou

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03/12/2014 às 21:11 • Atualizada em 01/09/2022 às 23:08 - há XX semanas
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O acusado de assassinar a facadas a ex-companheira em uma passarela foi condenado nesta quarta-feira (3) a 14 anos e três meses de prisão em regime fechado. O motorista Jeã da Silva Souza, 34 anos, já está preso e deve permanecer detido. O crime foi em janeiro deste ano e Jéssica Ramos dos Santos, 20 anos, levou 15 facadas. Para o júri, o crime teve motivo torpe, modo cruel e por emboscada. Jéssica ia para o trabalho no Shopping Paralela quando foi surpreendida por Jeã. Dois dias depois do crime, ele se entregou à polícia.
Jeã se entregou à polícia depois do crime
Crime“Foi um ato de desespero”, disse Jeã depois de se entregar, negando que tenha premeditado o crime. “Eu só queria ela pra mim. Mas nada justifica o que fiz”, declarou. Negou que tenha dado 15 facadas. “Não foram tantas. Tenho consciência do que fiz e tenho que pagar. Acabei com a minha vida, com a família dela e da minha”, disse. O rapaz relatou que depois do crime fugiu com o carro com que trabalhava e que pensou em se matar. “Pensei em jogar o carro contra um muro ou poste, mas o pneu estourou. Então, fiquei perambulando pela cidade de ônibus e resolvi me entregar”, contou. Segundo a delegada Jamila Carvalho, responsável pela investigação, antes de se apresentar à polícia, o criminoso tentou abrigo na casa de amigos, mas foi expulsou quando os donos do imóvel souberam do crime. PerdãoAlém de se dizer arrependido pelo crime, Jeã afirmou que mereceu a agressão do tio de Jéssica, que na quinta-feira deu um murro em sua cara no DHPP. “Mereci. Isso não foi nada se comparado com o que fiz. Hoje, o pai dela e os tios querem me matar. Quero pedir perdão a eles, à família dela. Rezo por todos eles”. Ao saber do pedido, a mãe de Jéssica, a diarista Gildete Silva Ramos, disparou: “Quinze facadas é de quem estava com ódio. Não vou perdoar ele nunca!”.Últimas brigasPessoas próximas ao casal e vizinhos contaram que o relacionamento dos dois sempre foi conturbado. A última briga do casal – que viveu junto durante três anos, tinha um filho de 2 anos, e terminou há cerca de um ano – aconteceu no dia anterior ao crime. Segundo vizinhos, começou porque Jéssica viu Jean brincando com o filho da sua atual namorada. “Ele não dava nada para o filho deles, aí quando Jéssica viu Jean com o menino no colo partiu para cima dele e começou a bater, foi uma briga feia na porta da casa dela”, conta a estudante Fabiane Carvalho, que mora em cima da casa onde morava Jéssica com o filho.
Casal viveu junto durante três anos, tinha um filho de 2 anos
Uma vizinha – sob anonimato – conta que depois da briga, Jean sentou na calçada e começou a chorar, pedindo que os amigos o ajudassem a retomar o relacionamento. Mas no dia em que Jéssica foi morta, o comportamento foi bem diferente.“Ele estava completamente transtornado, muito nervoso, muito estranho mesmo. Aí pegou o carro do pai e saiu correndo daqui”, lembra um vizinho. “Ele chegou a dizer para a gente que se ela não ficasse com ele, que não ficaria com mais ninguém”.Um amigo do casal acredita que Jean já vinha premeditando o crime desde o aniversário da vítima, no início de janeiro. “No dia, a gente foi para uma pizzaria e ele estava lá. Eu vi que tinha uma faca escondida na cintura, e ele ficou só olhando para ela. Eu nem cheguei a falar nada para Jéssica”. No mês passado, ele levou um buquê de flores para Jéssica. No dia seguinte, ele cortou o cabelo da jovem com uma faca e fez vários cortes no rosto da vítima, o que a levou a fazer uma denúncia na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam). “Ela me contava das brigas, que ele xingava. Aí quando ele bateu a primeira vez, eu disse que eles deveriam se afastar, porque quando bate uma vez, não para mais”, conta a mãe de Jéssica, Gildete.Medo Jean chegou a procurar a ex-sogra. “No mês passado, ele me pediu que eu ajudasse ele a voltar com ela”. Foi aí que Gildete percebeu que o comportamento de Jean estava estranho e chegou a alertar a filha e o pai dela, Ailton Oliveira dos Santos, da situação. “Como eu não moro em Salvador e o pai mora mais perto, eu liguei para ele dizendo: ‘Cuide de nossa filha. Jean não está normal, está parecendo um louco’”, recorda a mãe, emocionada. Apesar disso, ela afirma que não sabia muito sobre as brigas e agressões entre Jean e Jéssica. “Ela não queria me contar nada. Eu sabia as coisas pelas amigas dela que me ligavam para contar. Acho que ela não queria me deixar preocupada”, diz.
Segundo vizinhos, a separação dos dois causou muitos transtornos para Jéssica, que tinha medo de perder o emprego na loja do Shopping Paralela, onde trabalhava como caixa. “Ele a perseguia, ligava o tempo todo para o trabalho, ia lá, procurava sempre. Ela dizia para a gente que já estava preocupada em ser mandada embora da loja”, lembra a vizinha Fabiane Carvalho.Segundo colegas de trabalho, o cerco de Jean era constante. “Depois que ele cortou o cabelo dela, mandou um buquê de flores na loja, para pedir desculpas. Ela ficou muito assustada”, contou uma colega de Jéssica, que preferiu não se identificar. “Ele foi na loja muitas vezes e sempre levava o filho, para tentar ficar bem com ela”.Nos últimos meses, Jéssica andava mais triste e tinha medo de ficar sozinha, segundo a colega. “Ela dizia que não queria dormir só, com medo de ele invadir a casa durante a noite. Às vezes, ela aparecia para trabalhar com hematomas no corpo e a gente já sabia o que era”.
Correio24horas

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