Uma discussão entre um casal terminou com a morte de um deles, na noite desta quarta-feira, no bairro de Parque São Cristóvão, em Salvador. Pábora Fernanda Lisboa Lobo matou com uma facada no peito o companheiro, o pedreiro e montador de adame Luciano Silva de Jesus, 39 anos, durante uma discussão na casa onde conviviam.
Segundo moradores, Pábora tentou fugir, mas foi impedida duas vezes, uma delas por traficantes da região, que seriam ligados à facção Bonde do Maluco (BDM). A outra, por parentes. Ela foi mantida trancafiada na cena do crime até a chegada da polícia.
De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança Pública (SSP), a companheira de Luciano foi autuada em flagrante pelo crime pelo delegado Sérgio Schiang Júnior, do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).
Ainda segundo a SSP, a discussão aconteceu por um motivo banal – a arma do crime, uma faca do tipo peixeira, foi apreendida. Moradores disseram que a briga começou depois que ela respondeu de forma debochada o paradeiro da chave da casa. Os dois eram usuários de drogas.
Crime
O crime aconteceu por volta das 22h, na Rua Norte 1, da localidade de Bate Coração. Testemunhas relataram que o casal chegou em casa depois de passar o dia inteiro bebendo numa festa na região.
“Instante depois, a gente ouviu gritos, berros. Eles discutiam muito alto. Em seguida, um silêncio. Passou alguns minutos e ela (Pábora) saiu da casa gritando, pedindo socorro”, contou um dos vizinhos.
Segundo a fonte, Pabora estava transtornada. “Ela corria de um lado a outro, pedia socorro, mas não dizia exatamente o motivo, foi quando alguns moradores entram na casa e encontraram Luciano morto no banheiro”, contou.
Luciano era uma pessoa muito querida na localidade. “Ele foi um dos primeiros moradores desta rua, ajudava todo mundo, muito pre4stativo, conhecia todos os moradores daqui, inclusive o pessoal do ‘movimento’ (traficantes), hoje adultos e que ele viu crescer”, disse outro morador.
Traficantes
A notícia da morte de Luciano rapidamente chegou aos ouvidos e ira dos traficantes da região – a sigla (BMD) está pichada alguns muros de residências e estabelecimentos comerciais. “Quatro rapazes do ‘movimento’ vieram aqui e disseram: ‘você vai assumir seu B.O (boletim de ocorrência, gíria que faz alusão à cadeia), senão a matariam depois. Eles mandaram ela ficar dentro de casa até a chegada da polícia, que já tinha sido acionada pela população, e foram embora”, contou uma moradora.
Família
Quando a família chegou ao local, Pabola estava dentro da casa gritando. “Ela dizia que amava meu irmão, que era inocente, que não o matou. Mas depois a casa ficou em silencio. Aí, eu e outro irmão subimos na laje e vivemos que ela tentava escalar o muro dos fundos para fugir. Não deixarmos. Quando retornou à casa, a trancamos”, contou o motoboy Linsmar Silva de Jesus, 36, irmão de Luciano.
A casa onde ocorreu o crime era de Luciano. “Ela estava com ele há uns três meses. Ela é ex-presidiária, cumpriu pena por tráfico de drogas. A vi algumas vezes no campo usando drogas com outras pessoas. Ele também era usuário”, contou Linsmar.
O enterro do irmão dele será no sábado, em local e horário ainda não definido. Luciano deixa três filhos, fruto de dois relacionamentos anteriores.
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Redação iBahia
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