Continua, nesta segunda-feira (6), o mutirão de exames para bebês com microcefalia realizado pelo Centro Estadual de Prevenção e Reabilitação de Deficiências (Cepred). O mutirão, que teve início ontem, vai até sábado para detectar problemas na audição das crianças participantes. De amanhã até o dia 10 (apenas na parte da manhã), serão atendidos bebês de Salvador. No dia 10, no turno da tarde, e ao longo de todo o dia 11, será a vez das crianças do interior do estado. Já no dia 12, o atendimento será para bebês dos municípios da Região Metropolitana de Salvador. Segundo a assessoria da Secretaria de Saúde do estado (Sesab), os atendimentos serão realizados pela equipe multidisciplinar do Cepred, na Avenida Antonio Carlos Magalhães. Além disso, os bebês terão acompanhamento na unidade ou em outras instituições. Banco de leite recebe doação para microcéfalos Além de auxílio financeiro, alguns bebês com microcefalia também precisam de leite materno. “O bebê pode tomar leite de bancos, mas não deve pegar da mãe vizinha ou de uma conhecida, porque ela não fez nenhuma sorologia. Ela pode ter hepatite, HLTV e outros agentes que passam no leite materno”, explica a neuropediatra Janeusa Primo, coordenadora da residência médica em Neuropediatria das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid).
Lá, a maioria dos 120 bebês assistidos não tem problemas de deglutição. “Alguns terão (problemas de deglutição), mas depende da área do cérebro, mas o que mais temos observado são problemas de locomoção”. É importante que os bebês se alimentem de leite materno. Quem quiser doar deve procurar um dos dois bancos de leite em Salvador. Um fica na Maternidade Climério de Oliveira, em Nazaré, e outro no Iperba, em Brotas. Davi, de quase 3 meses, tem microcefalia, mas não tem problemas para mamar - pelo contrário. Durante o tempo que passou com o CORREIO - quase uma hora -, chorava a cada vez que a mãe, Vilma, parava de amamentar. Ela ainda complementa com leite em pó.
Davi, de 3 meses, com a mãe Vilma Reis: sem problema de deglutição, bebê também toma leite em pó |
Bebês precisam ser estimulados por fisioterapeutas Só no começo deste mês, o Núcleo de Atendimento à Criança com Paralisia Cerebral (NACPC), entidade sem fins lucrativos que funciona no Alto de Ondina, recebeu 15 bebês com microcefalia. Lá, segundo a diretora clínica e fundadora, Daniela Matsuda, outras 40 crianças com microcefalia decorrente de outras doenças já fazem reabilitação. “Antes, recebíamos três casos por mês. Por isso, estamos aumentando o espaço para receber esses bebês, que precisam de um local silencioso. Reservamos duas salas e uma área de recepção só para eles”.
Os bebês vão ao núcleo três vezes por semana para sessões de fisioterapia e fonoaudiologia. “Com bebês de 3 meses, fazemos exercícios para estimular que levantem a cabeça e o controle cervical”, conta a fisioterapeuta Tatiara Pereira. O atendimento no NACPC é pelo SUS. É possível ser encaminhado pelas unidades de saúde, agendar uma ida pelo telefone (71) 3611-2902 ou ir à sede, na Rua do Corte Grande, 160. De acordo com a diretora, a entidade vai atender todos os pacientes que lá chegarem.
Davi em sessão de fisioterapia: exercícios para o controle cervical |
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