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SALVADOR

"Não podemos perder mais inocentes", diz noivo de PM morta

Amigos e familiares de Dulcineide fizeram protesto pacífico e pediram fim da violência

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22/11/2015 às 17:53 • Atualizada em 30/08/2022 às 9:42 - há XX semanas
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“Não podemos perder mais pessoas inocentes para a violência”. Esse era o pedido de Robson dos Santos, noivo da Dulcineide Bernadete de Souza. A policial militar, de 44 anos, foi morta no último dia 16, após ser baleada na testa em um posto de saúde em Pituaçu. Neste domingo (22), o local virou o ponto de partida para uma marcha, que pedia paz e o fim da violência. Robson era um dos integrantes do movimento, que, vestido de branco, seguiu até a antiga sede de praia do Bahia, puxado por um trio elétrico. Do alto do carro, orações e palavras de justiça. “Todos aqui juntos dá um conforto. Isso pode acontecer com todas as pessoas. Ontem fui eu, mas pode ser qualquer um amanhã”, declarou Robson. Na marcha, amigos e conhecidos de Dulcineide, moradores da região e outros policiais. “Nós nos formamos juntas. Ela não pode cair no esquecimento, virar apenas mais uma estatística. A segurança pública é responsabilidade de todos os cidadãos. Precisamos fazer ações como essa, cobrando, exigindo leis mais rigorosas”, defendeu a PM Bárbara Bittencourt, 44 anos. A PM Sílvia Nunes, 41 anos, trabalhou com Dulcineide e também participou da caminhada. “É muito importante fazermos um movimento como esse, acho muito válido. Ela era uma de nós, podia ser qualquer um ali. E é ainda mais importante se pensarmos que foi mais um ato de violência contra a mulher”. Muitos participantes traziam placas, com rostos de outros policiais mortos em serviço. “É nossa forma de fazer uma ação pacífica. Não precisamos queimar pneus para chamar a atenção”, falou a soldado Patrícia Oliveira, 39 anos. Um dos organizadores do movimento, o capitão Anderson Sampaio concordou. “Nós PMs somos da paz, não gostamos de derramamento de sangue. Pedimos sempre por proteção”, disse. Nem todos conheciam as pessoas representadas nas placas, mas isso não importava. “Vestiu a farda, virou um irmão adotado. Todos fazemos parte de uma grande família”, disse o PM Joanes Barreto, 36 anos. Alex Meireles, 40 anos, PM da 39ª CIPM, completou. “Somos um corpo só. Eu não conhecia a Dulcineide pessoalmente, mas é como se ela fosse uma irmã”. Segundo um soldado que mora em Pituaçu, o policiamento no local continua o mesmo. “Ele já é reforçado por natureza. Inclusive, ficamos todos surpresos com o fato. (A morte de Dulcineide) foi um caso isolado”, disse o policial, que preferiu não se identificar. De acordo com o capitão Anderson, o posto de saúde onde ela foi baleada segue fechado, ainda sem previsão de reabertura. Relembre o crime A policial militar Dulcineide Bernadete de Souza morreu no início da noite de segunda-feira (16), após ser baleada na testa pela manhã durante um assalto à Unidade Básica de Saúde de Pituaçu, em Salvador. Ela foi socorrida ao Hospital do Subúrbio, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. No momento do crime, o posto estava cheio de pacientes à espera de atendimento. Por causa do crime, o funcionamento do posto foi suspenso. Dois criminosos, Lucas e Josias, entraram na unidade de saúde e renderam o soldado da PM Edmilson, que trabalha no local. Ele foi algemado e colocado em uma sala de vacinação antirrábica, que fica na entrada da unidade. A PM Dulcineide estava no banheiro localizado na recepção do prédio e, ao sair, foi baleada por um dos suspeitos. O tiro atingiu a policial na testa.
Segundo o delegado Odair Carneiro, a PM tentou reagir. "Quando ela notou que estava ocorrendo uma ação violenta, esboçou uma reação, tentou puxar sua arma, mas foi atingida com um disparo de arma de fogo", conta. Antes de fugir, o trio voltou à sala onde estava Edmilson e efetuou dois disparos, mas nenhum atingiu o policial. Os bandidos fugiram no mesmo carro que chegaram ao local levando as armas dos policiais. Suspeitos mortos Mais um suspeito de envolvimento na morte da PM foi morto na madrugada desta sexta-feira (20) em confronto com a polícia na zona rural de Serrinha. William Santana da Silva, o Talento, foi baleado e não resistiu aos ferimentos. Segundo a polícia, William era o motorista do grupo que foi assaltar um posto de saúde em Pituaçu, em uma ação que terminou com a morte da soldado. De acordo com o Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), o suspeito foi localizado por equipes força-tarefa da Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA), formadas pelas polícias Civil e Militar para investigar mortes de policiais.
William estava escondido em um imóvel no povoado de Aparecida e reagiu ao perceber a aproximação dos policiais, segundo a versão oficial. Houve troca de tiros. Depois que William foi baleado, os policiais o socorreram ao Hospital Municipal de Serrinha, mas ele não resistiu aos ferimentos. De acordo com a assessoria da Polícia Civil, os policiais encontraram com ele um revólver calibre 38. A polícia não soube informar a idade de William, nem se ele tem passagens policiais. Ainda segundo a assessoria, as armas usadas no tiroteio foram encaminhadas para o Departamento de Polícia Técnica (DPT) para serem periciadas. As pistolas roubadas da policial assassinada em Pituaçu ainda não foram recuperadas. A assessoria do DPT informou que o corpo de William permanece no Instituto Médico Legal de Feira de Santana. Agora, somente um dos cinco envolvidos no caso segue foragido - Wilihans da Rocha Pita, o Coroa. No assalto ao posto, Wilihans ficou do lado de fora da unidade médica, fazendo a segurança externa.
Correio24horas

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