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SALVADOR

Número de assaltos a ônibus cai, mas violência das ações cresce

Rio Vermelho passou a Avenida Bonocô em casos de assalto a coletivos

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Redação iBahia

26/10/2016 às 7:17 • Atualizada em 31/08/2022 às 20:09 - há XX semanas
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Caiu em 10,5% o número de assaltos a ônibus em Salvador, mas essa estatística está longe de tranquilizar os usuários do transporte público. Segundo o Grupo Especial de Repressão a Roubos de Coletivos da Polícia Civil (Gerrc), tem crescimento a violência das ocorrências, a exemplo do caso desta terça-feira (25), quando um assaltante foi morto ao tentar roubar passageiros na região da Jaqueira do Carneiro. Uma passageira acabou atingida pelo disparo e outra se machucou na ação.

				
					Número de assaltos a ônibus cai, mas violência das ações cresce
“Houve uma redução por conta de um reforço que o Gerrc recebeu, cresceu o número de prisões e há um trabalho conjunto com o comitê do transporte coletivo da Secretaria da Segurança Pública. Mas percebemos, claramente, que as ocorrências têm tido maior gravidade. Há uma migração do crime de patrimônio para os CVLIs (Crimes Violentos Letais Intencionais)”, avalia o delegado José Nelis, titular do Gerrc.
Em Salvador, ocorreu em média seis assaltos por dia segundo um levantamento feito pelo CORREIO com os dados estatísticos consolidados até agosto pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) somados aos casos divulgados diariamente pelo órgão nos últimos dois meses. A soma desses dois indicadores aponta que houve 1.912 assaltos a coletivos na capital este ano. Os dados do boletim diário podem sofrer alterações. Procurada, a SSP considerou apenas os dados até agosto e aponta uma redução de 3,8% quando comparado com 2015.
BR e Paralela empatam em roubo a ônibus; Rio Vermelho em 3º
Com a ocorrência desta terça, o trecho da BR-324 que fica dentro de Salvador empatou com a Avenida Paralela em número de assaltos a ônibus. As localidades de Bom Juá, Jaqueira do Carneiro, Porto Seco e Brasilgás somam 71 casos segundo o boletim diário da SSP, mesmo número da Paralela. "A região do Bom Juá é a que tem mais casos por conta da possibilidade de fuga. O mesmo na Paralela, onde os bandidos roubam e fogem para as áreas da Baixa do Tubo e Cosme de Farias", explica o delegado titular do Gerrc. Na rodovia federal, mais da metade dos casos do ano foram registrados no segundo trimestre do ano, com 30 assaltos na área. A recorrência de crimes no local rende histórias como a do motorista de ônibus Jorge Batista, que em menos de três meses foi assaltado duas vezes no mesmo local. "A situação não muda, a gente tem que ficar calmo e não reagir", afirma ele.
A surpresa de 2016, no entanto, é o Rio Vermelho passar em números de casos a Avenida Bonocô, conhecida área de assalto a coletivo. “O Rio Vermelho era uma área controlada. Eu estava até conversando com o comando da Operação Gêmeos (PM) e chegamos à conclusão que esse estouro de casos tem a ver com a movimentação do trânsito e por ser uma área com um poder aquisitivo maior, com pessoas que estão nos ônibus com pertences que são interesse dos ladrões”, avalia Nelis. Os assaltantes de ônibus focam principalmente nos passageiros, mas ao contabilizar os valores roubados do cobrador informado nas ocorrências registradas no boletim diário, o prejuízo das empresas de ônibus em 2016 já passa de R$ 125 mil.
Reincidência explica violência
A reincidência no crime é o que, para o delegado José Nelis, tem provocado o aumento na violência nos ônibus. “Por conta de uma resolução do Conselho Nacional de Justiça, que prevê a audiência preliminar, quem comete crime contra o patrimônio retorna com muita velocidade a praticar assalto e com maior agressividade, o que aumenta a chance de confronto com passageiros e policiais”, acredita o delegado.
Ele se refere à resolução 213 do CNJ, que prevê a apresentação de qualquer pessoa presa a uma autoridade judicial em 24 horas. “É algo decorrente da força da lei. Não nos preocupa nem a soltura, mas essa reincidência que vem junto com o fator violência das ações”, completa.
Para ilustrar, Nelis lembra que o assaltante morto na terça, Felipe Silva Soares, 20 anos, tinha sido preso no último dia 25 de maio por associação ao crime e roubo de veículo. “Ele vinha assaltando ônibus junto com outro comparsa, que já foi identificado e também é costumaz na prática de roubo a ônibus”, explicou. A polícia já teve acesso às imagens das câmeras do ônibus, ao depoimento das testemunhas e tem pistas sobre o segundo assaltante, participante da ação. A SSP informou que também está em busca de informações sobre o passageiro que reagiu à ação.

				
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