Os ônibus do transporte público voltaram a operar no bairro de Fazenda Coutos, no subúrbio de Salvador, na manhã desta sexta-feira (7), quase três dias após uma operação policial que resultou na morte de 12 suspeitos de integrar uma facção criminosa. O transporte na região havia sido suspenso devido ao clima de tensão e insegurança.

De acordo com a Secretaria de Mobilidade (Semob), o retorno da circulação dos coletivos foi autorizado às 9h, após uma deliberação conjunta entre a Prefeitura de Salvador e a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). Para garantir a normalização do serviço e a segurança da população, o policiamento na área foi reforçado.
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Durante o período de suspensão, moradores de Fazenda Coutos precisaram caminhar até um trecho da BA-528, conhecida como Estrada do Derba, no bairro de Vista Alegre, para ter acesso ao transporte público. A situação gerou dificuldades para a população, que enfrentou longas distâncias e aumento na espera por condução.
Confronto intenso e mortes em Fazenda Coutos
A operação policial, classificada como “impostergável” pelo comandante da Polícia Militar da Bahia (PM-BA), coronel Paulo Coutinho, foi planejada após a inteligência da corporação detectar a presença de homens fortemente armados no bairro. O secretário de Segurança Pública do estado, Marcelo Werner, afirmou que a ação foi estrategicamente preparada antes da ocupação do local pelos policiais.

Os suspeitos foram localizados em uma área de mata e em duas casas, que, segundo a SSP-BA, teriam sido utilizadas como pontos estratégicos para ataques contra os policiais. Durante a operação, moradores foram retirados de seus imóveis ou mantidos reféns pelos criminosos. Apesar da intensidade dos confrontos, não há registros de feridos entre a população.
Os suspeitos atingidos foram socorridos e encaminhados ao Hospital do Subúrbio, onde as 12 mortes foram confirmadas.
Apreensões e ausência de câmeras corporais
Além das mortes, a ação resultou na apreensão de um grande arsenal, incluindo 12 armas de fogo, entre submetralhadoras, pistolas e revólveres, além de carregadores, rádios de telecomunicação, balaclavas, drogas e balanças de precisão.

Em resposta ao g1, a SSP-BA informou que a unidade policial envolvida na operação ainda não utiliza câmeras corporais, equipamento que tem sido cada vez mais cobrado por especialistas em segurança pública para ampliar a transparência em ações desse tipo.
Com a retomada do transporte público e o reforço do policiamento, as autoridades seguem monitorando a situação em Fazenda Coutos, enquanto a operação e as circunstâncias das mortes continuam sob investigação.

Jonattas Neri
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