O engenheiro de produção Rafael Yokoshiro, 30 anos, prestou depoimento nesta terça-feira (1º) sobre a morte do filho, Guilherme, 5, que caiu do 6º andar do prédio onde a família morava, em Brotas. Segundo Marial Dail, titular da 6ª Delegacia (Brotas), ele pode ser indiciado por abandono de incapaz, mas é possível que o pai receba perdão.
"Pode ser indiciado (pela morte), mas pode ter depois o perdão judicial. A lei, nesse caso, criou esse instituto porque acredita-se que a pessoa já vem sofrendo muito", afirmou, em entrevista à TV Bahia, a delegada do caso. Dentre as causas para a extinção da punibilidade, o Código Penal prevê o perdão judicial no seu artigo 107. Embora se reconheça um crime, a Justiça decide não aplicar a pena por consta de circunstâncias "excepcionais". Neste caso, a consequência da perda de um filho já é considerada tão grave que a punição penal pode ser considerada irrelevante.
Foto: Reprodução |
Rafael ficou cerca de duas horas na delegacia, onde chegou acompanhado de uma prima advogada e de outro advogado. Ele não quis dizer durante o depoimento para onde saiu na noite em que Guilherme caiu - o menino foi deixado sozinho em casa. A versão contada por parentes à imprensa, de que Rafael saiu em busca de atendimento em emergência médica, não foi citada. A polícia informou que não encontrou nenhum registro deste possível atendimento.
O porteiro do prédio também foi ouvido anteriormente e contou que o pai do menino costumava sair durante a noite e madrugada. "O porteiro fala que já viu ele, algumas vezes, durante a noite chegando ou saindo. O abandono da criança, realmente ele reconhece que vacilou, teve esse descuido", diz a delegada, que aguarda os laudos cadavérico e da perícia para concluir o inquérito.
RelembreSegundo informações da polícia, Guilherme ficou sozinho em casa, dormindo, enquanto o pai, o engenheiro Rafael Yokoshiro, saiu de casa durante a madrugada. Durante o enterro, o tio do menino, Cristiano Gouveia, 42, disse que Rafael saiu de casa para buscar atendimento médico após sentir dores na perna. A mãe de Guilherme, a enfermeira Carla Verena Oliveira, 33, trabalhava no momento em que o filho morreu.
Carla também foi até a delegacia prestar depoimento. À polícia, a enfermeira informou que o marido era atencioso e que sempre demonstrou cuidado com o filho. Ela também considerou a morte uma fatalidade, e disse desconhecer o motivo da saída do esposo durante a madrugada.
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