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SALVADOR

PM diz que área de doceria é uma das mais seguras da cidade

De acordo com a PM, região é uma das áreas que têm mais policiais na cidade, mas não revelou o número de policiais lotados no batalhão

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03/05/2013 às 7:51 • Atualizada em 02/09/2022 às 5:52 - há XX semanas
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“Em menos de 30 dias, nossos funcionários e clientes foram surpreendidos pela ação de criminosos que, além de fazer ameaças portando armas brancas e de fogo, roubaram objetos pessoais”. Através desse comunicado, na tarde de ontem, a diretoria da doceria Viva Gula, no Jardim Brasil/ Barra, decidiu fechar a loja, que foi assaltada duas vezes.
Os dois assaltantes entram na loja da Viva Gula na Barra pela porta principal da doceria; ao entrar no local, os clientes são rendidos e obrigados a ir para o interior da loja; assaltante retira dinheiro no caixa da doceria, enquanto o outro faz sentinela na entrada; com uma sacola, e ameaçando os clientes com uma peixeira, objetos são recolhidos
O último assalto aconteceu anteontem quando ladrões invadiram o estabelecimento e roubaram pelo menos 15 clientes e funcionários, além de levarem dinheiro do caixa da loja. Comerciantes vizinhos da Viva Gula nos bairros da Barra, Graça e Vitória estão apreensivos com a crescente violência. De acordo com o chefe do Serviço de Investigação da 14ª Delegacia (Barra), Élson Caldas, a média é de um assalto a estabelecimentos comerciais ou prédios residenciais da área a cada 15 dias. A média, no entanto, já foi ultrapassada em 2013. Além dos dois assaltos à Viva Gula - 6 de abril e 1º de maio - somente uma delicatessen na Avenida Princesa Isabel, Graça, foi assaltada cinco vezes este ano. O proprietário Josean Junior, dono do lugar há 12 anos, diz que são comuns os assaltos praticados por usuários de drogas. “Ontem mesmo teve um assalto aqui na porta. Os caras abordaram umas pessoas que tinham vindo do banco, levaram todo o dinheiro que elas tinham sacado e ainda entraram aqui”.
A diretoria da Viva Gula disse que tomou a decisão de fechar o lugar por falta de segurança. “Na nossa concepção, a integridade física e psicológica das pessoas que nos ajudaram a fortalecer a marca deve estar além de qualquer interesse econômico”, disse a empresa, em nota. Segundo a Viva Gula, pelo menos 8 dos 12 funcionários serão demitidos. Os outros devem ser transferidos para outras lojas da rede. As imagens do assalto de quarta-feira (acima) já foram entregues à polícia para ajudar na identificação dos criminosos. Procurado durante todo o dia, o delegado titular da 14ª Delegacia, João Cavadas, não foi localizado pela reportagem para falar sobre as investigações. No fim da tarde, agentes da unidade informaram que a partir das imagens foi possível identificar os dois assaltantes, mas ninguém havia sido preso até o fechamento da edição, às 23h. Segundo o chefe do Serviço de Inteligência da unidade, não há quadrilhas atuando na região e sim grupos ou assaltantes aleatórios que vêm, na maioria das vezes, de outros bairros: “Quem assalta aqui é gente de fora, não é gente daqui. Área turística e nobre é onde tem dinheiro. Eles não acham em outros lugares o que acham aqui”, explica Caldas. Os assaltos assustam a população e deixam os comerciantes preocupados. Dono de uma pizzaria na Graça, o empresário Frederico Meyer investiu mais de R$ 700 em oito câmeras de segurança após ser assaltado no final do ano passado.
Depois disso, as tentativas de assalto foram inúmeras. Agora, as grades do lugar, que funciona como delivery à noite, ficam fechadas. “A gente fica no cadeado. Quando vem alguém pedir pizza, ou a gente vê que é algum conhecido, a gente abre. Mas eu já falei para todo mundo aqui para sempre deixar um dinheiro em caixa, porque hoje, se o ladrão não achar, ele fica irritado”, relatou Meyer. perigo Em outros pontos da Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) 14, que compreende Barra, Graça e Vitória, o temor é o mesmo. A farmacêutica Elizabeth Moreira, que trabalha em uma farmácia no Porto da Barra, disse que não se sente segura mesmo trabalhando em frente a um módulo da PM. “Estou aqui há dois meses e já vi de tudo: assalto, tiro, tentativa de homicídio. Os que circulam por aqui não roubam, mas tem assalto dos que vêm de fora. O fato de a polícia estar ali não muda nada”, diz. No ano passado, seis homicídios foram registrados na área da Aisp 14. Josean Junior, o dono da pizzaria na Graça, diz ainda que já deixou de prestar queixa algumas vezes. Outra comerciante que trabalha na Rua da Graça e não quis se identificar disse que as rondas policiais praticamente não existem e, mesmo quando alguma viatura passa, os assaltos acontecem. “Eu já fui assaltada aqui. Quando a viatura passa, o ladrão passa atrás e te rouba”, disse. A Polícia Militar afirma que a região é uma das mais seguras da capital. Para o chefe do SI da 14ª Delegacia, a arquitetura da região facilita a ação dos bandidos, não só em casas comerciais, mas em residências. “Boa parte dos prédios da Barra e da Graça foi projetada para uma época em que não havia assaltos, o acesso é muito fácil”, afirmou Élson Caldas. Prisão Os 12 funcionários da doceria Viva Gula que estavam no estabelecimento no momento do último assalto serão ouvidos pela polícia, que não descarta a possibilidade de o grupo ter sido o mesmo que realizou o primeiro assalto. Uma das funcionárias disse ter reconhecido um dos assaltantes como tendo participado do primeiro assalto, no dia 6 de abril. Um dos responsáveis pelo primeiro assalto, Carlos Alberto Justiniano dos Santos Filho, o Beto, 30, foi preso no dia 10 de abril. Na ocasião foram roubados R$ 2 mil da loja além de celulares dos clientes. Moradores reclamam de falta de policiamento na região Não são só os donos de estabelecimentos comerciais que andam com medo dos assaltos na região da Barra, Graça e Vitória. Mesmo quem mora na Barra há mais de 30 anos, como a arquiteta Regina Martinelli, que faz parte do Movimento SOS Barra, diz que a sensação de insegurança já deixou de ser novidade. “Não saio mais à noite, nem me arrumo mais. Porque se você der qualquer sinal de que você tem alguma coisa de valor, pode saber que você vai perder”. Para ela, o que torna a região muito visada para os assaltantes é o fato de ser uma área muito visitada. “Vem gente de todas as partes da cidade para cá. Além disso, infelizmente, segurança não é uma prioridade aqui”, reclamou. Já a presidente da Associação de Moradores e Amigos da Barra (AMA Barra), Regina Macêdo, afirma que as forças policiais ainda são insuficientes. Para ela, é preciso manter policiamento constante em algumas áreas críticas. “São pontos estratégicos, como o Jardim Brasil, o entorno do Cristo e a entrada para a Roça da Sabina”. Na Graça, os moradores também estão aterrorizados. “Todo lugar está um perigo”, lamenta o presidente da Associação de Moradores da Graça, Flávio de Paula. Polícia Militar diz que área é uma das mais seguras da cidade Apesar das reclamações dos moradores e comerciantes de insegurança, de acordo com o capitão Márcio Silva, da 11ª Companhia Independente da Polícia Militar (Barra/Graça), a área é uma das que têm mais policiais na cidade. “Não temos muitas dificuldades, porque temos várias viaturas. E o policiamento só melhorou com o passar dos anos. São policiais bem treinados, de elite”, garantiu. No entanto, o capitão disse não poder revelar o número de policiais militares lotados na 11ª. “O problema é que as viaturas não podem ficar 24 horas no mesmo lugar. Eles aproveitam o momento em que a viatura sai para fazer o assalto”, diz. Para o capitão, todos os crimes que acontecem na área acabam tendo grande visibilidade. “Quase não se vê assassinato aqui, nem roubo a bancos. Mas qualquer assalto aqui chama atenção”. O capitão aponta a Roça da Sabina como um dos locais mais críticos da área. Farmácias também são alvos de ladrões na Barra e Graça A onda de assaltos a farmácias nos últimos meses também atinge a região da Barra e Graça. Em março, uma farmácia da rede Sant’Ana que fica na Avenida Euclides da Cunha foi assaltada por dois homens armados, que fugiram levando R$ 1,2 mil. Mas de acordo com uma funcionária que preferiu não se identificar, não foi a primeira vez. “A segurança é mínima. Não tem ronda por aqui”. Para a polícia, no entanto, as farmácias têm deixado de funcionar em um regime de 24 horas porque não é lucrativo. “Durante a madrugada, o índice de violência aumentou, então não é viável para o dono e nem para o cliente, que só vai na farmácia de madrugada em casos extremos”, disse o chefe do Serviço de Investigação da 14ª Delegacia da Barra, Élson Caldas. Já os restaurantes estão sendo alvo em toda a cidade. Em abril, quatro homens assaltaram uma lanchonete Subway em Ondina, rendendo funcionários e clientes. Em fevereiro, seis homens arrombaram o restaurante Sirva-se Bem, na Piedade. No dia 25 de janeiro, o restaurante Ki Tempero, no centro comercial Ponto 5, na Pituba, foi assaltado por três homens. No mesmo dia, a Padaria Deluxe, na Avenida Sete, foi assaltada por um homem armado. Matéria original do Correio Polícia Militar diz que área de doceria é uma das mais seguras da cidade

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