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'Poderia ter sido comigo', diz amiga de comerciante estuprada

Corpo da comerciante foi sepultado na tarde de hoje no Cemitério Bosque da Paz

Redação iBahia • 10/07/2017 às 18:15 • Atualizada em 30/08/2022 às 3:47 - há XX semanas

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O corpo da comerciante Nadjane Santos de Jesus, 30 anos, foi sepultado na tarde desta segunda-feira (10) no Cemitério Bosque da Paz, em Nova Brasília. "Por que fizeram isso com ela?", se perguntavam os familiares de Nadjane, que foi achada morta na estrada do CIA com sinais de violência sexual depois de ter sido sequestrada e espancada. Ela foi vista pela última vez na manhã de domingo, quando saiu de casa para comprar um pacote de feijão fradinho.

Cerca de 200 pessoas participaram do velório e sepultamento em meio à incredulidade por conta da morte de Nadjane, uma pessoa popular e querida em Itapuã, onde morava com o marido, o encarregado de produção Eviton Gomes, 36 anos, há cerca de cinco anos. A comerciante não tinha filhos.

A tia da vítima, a dona de casa Cleonice Santos, 50 anos, ainda não acreditava na morte da sobrinha. "Não dá pra acreditar. Moro na mesmo rua que ela morava e todas as vezes que ela passava na minha porta fazia questão de me gritar. Uma menina doce e popular que tinha muito o que viver", afirmou. "Onde ela chegava brincava com todo mundo, todas as amigas estão em choque com isso. Não tinha motivo pra isso", disse a amiga Márcia Amaral, 38 anos.

Foto: Acervo Familiar

A vizinha de Nadjane conta que a rua onde a comerciante foi vista pela última vez não é perigosa e que esse foi o primeiro caso de desaparecimento. "Agora nós ficamos assustadas sem poder sair na rua. Poderia ter sido comigo e com qualquer outra que estivesse passando na hora", diz a auxiliar de limpeza Adriana Sousa, 43. Adriana disse ainda que na rua onde a comerciante desapareceu existem câmeras de segurança que podem ajudar na investigação do caso.

Durante o sepultamento, o marido da comerciante ajudou a carregar o caixão da esposa. A mãe de Nadjane, a dona de casa Maria Nazaré, 52 anos, precisou ser amparada por familiares.

Sumiço e morte

O marido da vítima conta que, no dia do desaparecimento, a comerciante acordou por volta das 5h, estendeu roupas no varal, saiu para comprar um pacote de feijão fradinho e não retornou para casa. O marido só sentiu falta da esposa quando, horas depois, o cachorro retornou sozinho para residência do casal.

"Eu vi o momento que ela acordou pra comprar o feijão. Como era muito cedo, coloquei o travesseiro no rosto e voltei a dormir. Achei estranho o cachorro ter voltado para casa sozinho. Ele não parava de olhar para casa de uma vizinha. Achei que ela estivesse lá. Depois de ligar pra família e amigas dela, fiquei desesperado", conta.

Um dia antes do crime, no sábado (8), Nadjane participou de uma confraternização em família na casa de uma irmã. Ela ficou responsável por preparar um feijão que daria continuidade à festa no domingo. A família sempre promovia uma "ressaca" depois dos encontros. "Ela estava muito feliz, dançando e pirraçando todo mundo, como era de costume. Ninguém imaginava o que iria acontecer com ela. Nova e linda, ainda estamos sem acreditar", diz a cunhada Luana Rodrigues, 20.

Os familiares da vítima acreditam que a comerciante foi forçada a entrar em um veículo antes de desaparecer. Ela foi vista por moradores do bairro retornando para casa na companhia do cachorro e com um saco plástico na mão. "Minha esposa foi forçada a entrar, tenho certeza. Todo mundo conhecia ela e eu tenho convicção que se alguém tivesse visto não teria deixado. Até eu, que sou marido, se me atrevesse a levantar a voz era corrigido pelos vizinhos. Ela tinha um olhar vivo e era amada por todos", diz o marido.

O marido de Nadjane conta ainda que a esposa dizia que o maior medo dela era a morte. "E agora ela chegou. Uma mulher guerreira que costumava segurar as pontas em casa quando eu estava apertado. Não dá pra acreditar", disse.

Horas depois do desaparecimento, o marido desconfiou da movimentação estranha de um carro, que, segundo ele, tinha vidros escuros e placa da cidade do Recife, capital de Pernambuco. "Não posso dizer, com certeza, que aquele carro tem relação com o sumiço dela, mas foi estranha a forma como estava circulando na área. Conheço todos os carros da rua. A minha esposa jamais andaria cerca de 1 km até o local do crime se não fosse forçada a ir", conta.

Depois do desaparecimento de Nadjane, os familiares foram nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de bairros vizinhos e no Hospital Geral Menandro de Faria à procura de informações. A busca só teve fim quando, na tarde do domingo, eles reconheceram o corpo da jovem por meio de fotos no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues. O sepultamento da comerciante acontece nesta segunda (10), às 15h, no Cemitério Bosque da Paz.

O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Segundo o Departamento de Polícia Técnica (DPT), os laudos sobre as causas da morte de Nadjane devem ficar prontos em até 30 dias.

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