A Polícia Civil e a Corregedoria da Polícia Militar realizaram, na noite da segunda-feira (2), a reconstituição do caso de Ariana Santana, jovem baleada na cabeça por PMs enquanto retornava para casa de moto, após uma festa. O caso aconteceu em 23 de junho de 2021, no bairro de Sussuarana, em Salvador.
A jovem ficou por volta de 40 dias internada em um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), devido à perda de massa encefálica. Atualmente, Ariana usa muleta para se movimentar, sofre com problemas psicológicos e depende do apoio financeiro de membros de sua família.
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"Eles perguntaram como foi que aconteceu. Aí eu fui com eles, mostrei como foi. Estava de moto com outro menino e a gente chegou aqui, viu os policiais. Eu dei uma risada, dei boa noite, e simplesmente 'pá', não vi mais nada", disse Ariana em entrevista à TV Bahia, ao relembrar do caso durante a reconstituição.
Assim que a vítima foi baleada, os policiais estavam fazendo uma blitz. Ela chegou a ser socorrida pelos agentes, que a levaram para o Hospital Geral Roberto Santos e registraram a situação como se ela tivesse sido vítima de uma queda.
De acordo com o perito José Carlos Montenegro, participante da reconstituição, os PMs envolvidos se negaram a fazer parte da simulação com a justificativa de que já haviam contado sobre o ocorrido. Não foi informado se os policiais foram afastados das atividades.
"Por uma questão técnica da defesa, eles preferiram não participar da reprodução, alegando que já apresentaram suas versões em um momento anterior durante o processo", afirmou o perito em entrevista à TV Bahia.
Marcos Alan, o advogado da família de Ariana, afirma que o caso se trata de uma tentativa de homicídio, e que a Justiça já foi acionada para que o Estado seja responsabilizado.
A mãe da vítima, Vanessa Cantuária, também participou da restituição, onde revelou que teve que deixar o emprego para cuidar da filha e disse que não vai cansar de pedir justiça.
"Ariana é vitoriosa. Ela venceu um processo de meses na UTI e assim também ela vai vencer na Justiça. É um passo que a gente está dando para provar tudo o que houve naquele momento, na vida de Ariana, nessa reconstituição", disse Vanessa. "Eu estou buscando justiça para que não aconteça o mesmo com outras famílias. Eu tenho amigas que têm filhos, que gostam da comunidade e vivem aqui. Eu acho que agora tenho que buscar justiça por outras famílias também", concluiu em entrevista à TV Bahia.
O iBahia entrou em contato com as entidades civis e militares, porém ambas ainda não deram um posicionamento sobre o caso.
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Redação iBahia
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