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SALVADOR

Polícia instaura inquérito para investigar caso de mulher que perdeu visão depois de ser agredida por PM

Ela afirmou que é capaz de identificar o PM que a agrediu e deve colaborar com as investigações

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30/01/2012 às 19:39 • Atualizada em 11/09/2022 às 7:52 - há XX semanas
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A Polícia Militar instaurou, nesta segunda-feira (30), um inquérito para apurar as circunstâncias que envolvem o caso da mulher que perdeu a visão depois de ser agredida por um PM durante um durante a 31ª edição do Festival de Música e Artes do Olodum (Femadum), no Largo do Pelourinho. Na tarde de hoje, a cozinheira Almerinda Santos das Neves, 34 anos, foi à sede da Corregedoria da Polícia Militar, na Pituba. Acompanha pelo advogado, ela afirmou, em entrevista à TV Bahia, que é capaz de identificar o PM que a agrediu e deve colaborar com as investigações.
Cozinheira foi agredida durante show do Olodum, no Pelourinho
Almerinda perdeu a visão do olho esquerdo ao ser agredida por um policial, na noite do último dia 22. Enquanto dançava na festa de domingo, foi surpreendida, por volta das 19h30, pelo golpe de cassetete de um dos três policiais que, segundo ela, começaram a bater em pessoas que estavam próximas, sem nenhum motivo aparente. “Eles já tinham dado choque em um vizinho nosso, dizendo que ele estava bagunçando. Mas ele não tava fazendo nada! Levaram e 15 minutos depois trouxeram de volta. Aí uns 40 minutos depois, começaram a bater nas pessoas. Vi o policial vindo com o cassetete, senti o golpe, mas nem entendi o que estava acontecendo”, diz, garantindo que não havia nenhuma confusão no momento da ação policial. Achando que só machucou a testa, perdeu os sentidos. Só acordou no hospital. Os amigos e parentes que assistiram ao ato, no entanto, sabem o que aconteceu após Almerinda ir ao chão. “Abriu uma roda na multidão e ela caiu no meio. Viram o policial, quando percebeu o estado dela, botar a mão na cabeça, como quem diz: ‘Meu Deus, o que eu fiz?’”, conta a sua irmã, Rosilda das Neves, que estava a poucos metros da cena. Almerinda rompeu a parte inferior e superior das pálpebras e do globo ocular e ainda partiu um osso da face. “Antes da notícia, ainda tinha esperança de voltar a enxergar”, afima ela. Na próxima quarta, ela voltará ao hospital para uma revisão, podendo tentar a colocação de uma prótese no prazo de 45 a 60 dias. OlodumAo saber da situação, o diretor do Olodum, João Jorge Rodrigues, lamentou. “Entendemos que não temos responsabilidade direta no que aconteceu, mas lamentamos o fato de uma pessoa ser violada como cidadã por policiais. Faremos uma visita a ela, para saber como podemos colaborar”, disse.

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