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SALVADOR

Polícia procura pichador do Rio Vermelho

"Vale a pena investigar, não quem colocou no poste a informação, mas quem está roubando na rua”, comentou o ex-policial do BOPE, Rodrigo Pimentel

• 10/04/2012 às 10:28 • Atualizada em 06/09/2022 às 10:53 - há XX semanas

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A polícia está em alerta e em investigação. Agentes da 7ª Delegacia (Rio Vermelho) colhem pistas com moradores e comerciantes do bairro para tentar descobrir quem, afinal, é o autor das pichações nos muros e postes que alertam para o perigo de assalto de determinadas regiões. Até o momento, segundo a delegada titular, Jorvane Andrade dos Santos, ainda não há indícios da autoria do crime. Quem for pego, assegura, será indiciado como na tipificação legal de crime de dano qualificado, com pena de seis meses a três anos de prisão, que podem ser revertidos em serviços comunitários.
Polícia procura autor de pichações que alertam para o risco de assaltos no Rio Vermelho
O protesto em forma de alerta foi noticiado pelo CORREIO na terça-feira da semana passada, dia 3, e, após grande repercussão nas redes sociais na internet, ganhou destaque na imprensa nacional. O coordenador do Serviço de Inteligência da 7ª Delegacia, o agente Pedro Calmon, trabalha com hipóteses que vão além do puro e simples protesto pela insegurança no bairro. “Pode ser ação de especuladores imobiliários, para desvalorizar patrimônios que hoje valem milhões até, em ruas residenciais. É a lógica de desvalorizar, para depois tentar comprar”, especulou ele. “Pode ser ainda o dono de um restaurante que está tendo prejuízo por conta de um concorrente, então cria o clima de insegurança na rua onde fica o outro para lucrar”. O ex-policial do BOPE e comentarista de segurança pública da TV Globo Rodrigo Pimentel, em participação no jornal Bom Dia, Brasil, recriminou os esforços da polícia baiana na caça ao autor dos alertas. “O protesto, apesar de simpático, é um crime. Mas até mesmo o estado faz isso eventualmente, quando coloca uma placa em uma curva, dizendo ‘alto índice de acidentes’. O estado também poderia informar o morador que uma certa rua é perigosa. Mas isso envergonha muito a polícia e o estado da Bahia. Então, vale a pena investigar, não quem colocou no poste a informação, mas quem está roubando na rua”. A delegada Jorvane se defende e diz que apenas cumpre com sua obrigação. “Nós temos que investigar todos os crimes, não só quem tá roubando, como quem está pichando. Todo mundo tem o direito de protestar, todo alerta é bem-vindo, mas da forma que foi feito não está certo”. InsegurançaEntre os moradores do Rio Vermelho não é difícil encontrar quem já foi vítima de assalto perto de casa. Ontem, momentos antes da chegada da equipe do CORREIO, às 12h, uma mulher teve seu carro Fiesta, cor prata, levado por um assaltante na rua Frederico Edelweiss. “Mês passado eu salvei uma senhora na rua Nelson Gallo. Quando vi três adolescentes armados se aproximando dela, encostei o carro, avisei do assalto e lhe dei carona. Mas, do retrovisor, vi que pegaram outra mulher”, recordou Douglas Guimarães, 23 anos, estudante universitário. Ele mesmo conta já ter sido assaltado quando chegava em casa, na tarde de domingo, no fim do ano passado. Armado, o assaltante levou sua carteira e celular. “Essas pichações pelo menos chamaram a atenção para o problema. É visível que o policiamento aumentou”. A professora Nelma Maciel Brás, 49 anos, estava sozinha no ponto de ônibus na Rua Vieira Lopes, por volta das 16h de ontem, e assustou-se com a aproximação da reportagem. “Você vindo de lá olhando pra mim, fiquei com medo”, admitiu. Ela aprovou os avisos. “Reclamaram que é uma infração, mas, se não colocar nos postes, vai ser onde?”. Incômodo Apesar da aceitação de boa parte dos moradores, houve quem se incomodou com os alertas de perigo. Tanto que alguns deles amanheceram cobertos de tinta preta. Segundo moradores e comerciantes ouvidos pelo jornal, a medida teria sido tomada por seguranças privados que atuam nas ruas Macaúbas e Maracás. O segurança Jorge Filho, de uma guarita no fim da rua Macaúbas, nega. Ele, entretanto, discordou ser aquela área uma zona de perigo de assalto. “Onde tem segurança, não tem problemas. Só lá em baixo que há os casos de assalto”. Os alertas também causaram reação dos empresários que possuem pontos comerciais no bairro. Um deles, que preferiu não se identificar, reconheceu o perigo, mas lamentou a estratégia. “É claro que espanta os clientes, para a gente é ruim, pega muito mal. Mas infelizmente é verdade”.

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