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SALVADOR

Polícia registra uma ocorrência por dia em escolas de Salvador

As razões para os conflitos entre estudantes dentro das escolas vão desde brigas provocadas por disputa por namorados, cortes de cabelo e times de futebol

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22/09/2012 às 11:18 • Atualizada em 02/09/2022 às 5:41 - há XX semanas
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Diariamente, estudantes trocam as carteiras escolares pelos bancos da Delegacia para o Adolescente Infrator (DAI), em Brotas. Em 136 dias letivos de 2012 –, excluindo o recesso junino, os feriados e quatro dias de paralisações nacionais -, foram registradas 138 ocorrências policiais envolvendo estudantes em escolas das redes estadual, municipal e particular. As razões para os conflitos entre estudantes dentro das escolas vão desde brigas – com lesões corporais – provocadas por disputa por namorados, cortes de cabelo e times de futebol até facadas por questões ligadas ao tráfico de drogas. Das 138 ocorrências registradas este ano, 103 aconteceram dentro de escolas da rede estadual de ensino, segundo a delegada Claudenice Mayo, titular da DAI - e durante 115 dias os professores estaduais estiveram em greve, o que afetou o funcionamento da maioria das escolas de Salvador. “São fatos que aconteceram dentro ou na porta das escolas. Todo dia tem um registro policial envolvendo aluno de alguma escola aqui na delegacia”, pontua. Na quinta-feira (20), o estudante Thailson da Silva Paranhos, 17, foi morto a facadas em frente à Escola Estadual Teodoro Sampaio, em Pirajá. Ele vestia a farda da Escola Estadual Alberto Santos Dumont. Segundo a polícia, ele teria ameaçado um aluno da Teodoro Sampaio.
Familiares não quiseram falar durante sepultamento do corpo de Thailson, morto em frente à escola
O corpo do estudante foi sepultado ontem à tarde no Cemitério Municipal de Pirajá. Além dos familiares, colegas da escola compareceram fardados à cerimônia. A família de Thailson não quis falar com a imprensa. Até ontem, ninguém tinha sido detido. E esse foi o segundo caso na mesma semana. Na segunda-feira, Emile Raiana Barbosa dos Santos, 14, foi morta a facadas em Periperi, depois de uma briga em que sua irmã se envolveu na Escola Estadual Felipe Busquet. O principal suspeito é um homem de prenome Cleidson. A Secretaria da Educação do Estado (SEC), através da assessoria, disse desconhecer a quantidade elevada de ocorrências registradas na DAI, informou que vai solicitar dados oficiais à Polícia Civil e que só então se pronunciará sobre as medidas que toma. A SEC pontua que é feito um acompanhamento diário dos casos de agressão que acontecem dentro das escolas junto com a Ronda Escolar da PM. Motivações Dos registros de ocorrências feitos este ano, há atos infracionais ocorridos em escolas de mais de 70 bairros. “Eles discutem por tudo dentro da sala. Às vezes por um corte de cabelo que um acha feio começa o bullying e quando vemos a situação já é de confronto físico entre os alunos”, conta uma professora de Português que trabalha há 15 anos na rede estadual. “Em anos anteriores já tivemos casos de estupro e de homicídios até dentro da sala de aula. Esses atos são resultado da violência que os estudantes já carregam da vida externa para as escolas”, diz Mayo. A entrada de armas, principalmente brancas, dentro das escolas, é questão complicadora da segurança. A falha de segurança, segundo a delegada, só pode ser resolvida com trabalho conjunto de pais e professores. “As escolas são inseguras. Já se pensou até em colocar detector de metais, mas não foi viável. É fundamental que os pais observem os pertences dos seus filhos e que as escolas façam vigilância constante”, diz Mayo. Ontem, a delegada Claudenice Mayo realizou uma palestra no Colégio Estadual Brigadeiro Eduardo Gomes, em Brotas. Falou sobre os direitos e deveres dos adolescentes. Na exibição, os alunos sabiam responder de imediato questões relacionado a crimes. “Eles convivem com a criminalidade e acaba sendo uma rotina falar dessas coisas”, diz a delegada.
MunicípioSegundo os dados da DAI, 26 agressões ocorreram em escolas da rede municipal. A Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Secult) informou que não utiliza equipamentos como câmeras ou detectores de metais. “É uma questão muito delicada, pois apesar de oferecerem defesa contra a violência, (os equipamentos) criam um clima pesado no ambiente escolar”, diz a coordenadora de ensino da Secult, Gilmária Cunha. Ela destaca, entre as ações da secretaria, o projeto Mediando Conflitos nas Escolas, realizado em 47 instituições da rede com turmas do 6º ao 9º ano (5ª à 8ª série), que promove ciclos de palestras com psicólogos e personalidades do esporte.

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