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Polícia tem elementos para retrato falado do 'maníaco da seringa'

Delegado disse que a polícia também busca imagens de câmeras de segurança

Redação iBahia • 22/10/2016 às 11:29 • Atualizada em 31/08/2022 às 18:04 - há XX semanas

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O cerco ao maníaco da seringa está se fechando, garante a polícia. O Departamento de Polícia Metropolitana (Depom) da Polícia Civil informou, ontem, que um retrato falado do suspeito — ou de um dos suspeitos — será feito em breve. “A maioria das vítimas não tem uma descrição precisa. Mas localizamos uma delas que pode nos ajudar na elaboração de um retrato falado. Vamos encaminhá-la para fazer o retrato falado”, disse o delegado Carlos Habib, diretor em exercício do Depom. Habib disse que a polícia também busca imagens de câmeras de segurança.
Ontem, o Depom informou que disponibilizou uma equipe que irá se deslocar até as unidades de saúde para entrevistar pessoas que procuram atendimento médico após ter sido feridas em ataques do maníaco. Agora, as próprias unidades de saúde, assim que receberem as vítimas, deverão entrar em contato com a polícia, que deslocará o grupo imediatamente. As medidas são para intensificar as buscas pela autoria dos ataques com seringas registrados na cidade, nas últimas semanas.

				
					Polícia tem elementos para retrato falado do 'maníaco da seringa'
“Não se trata de uma força-tarefa. Cada delegacia vai tocar sua investigação em separado. Mas queremos fazer circular as informações com mais agilidade. E a nós do Depom, temos interesse em contribuir nas investigações”, disse Habib, que acredita na existência de mais de um maníaco. “Das características que surgiram, existe uma divergência de características. A gente não pode descartar nenhuma informação. Pode haver um imitador dos primeiros casos, por exemplo. Essa possibilidade é real”, diz. “Enquanto não se chegar à conclusão de que é apenas um maníaco, não vamos concentrar as investigações”, concluiu. Dez casosEnquanto não surge qualquer imagem de câmera de segurança ou retrato falado do denominado maníaco da seringa, o número de vítimas cresce dia após dia. Ontem, subiram para dez os casos de pessoas atacadas nas ruas de Salvador, segundo informações da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab). A pasta afirma que todas estão sendo acompanhadas pelo Hospital Couto Maia, especializado em doenças infectocontagiosas. Duas das vítimas prestaram queixa ontem, no final da manhã, na 3ª Delegacia (Bonfim). Outra vítima também esteve na unidade, ontem, para registrar queixa de ataques semelhantes. Desta vez, uma adolescente de 15 anos. Ela disse que foi atacada na manhã de ontem quando saía de uma lan house próximo à Lagoa da Paixão, no bairro de Fazenda Coutos III. “Eu estava perto de casa quando ele me atacou. Foi umas 9h. Também não vi nada e só me encolhi quando senti a dor. Está doendo até agora”, contou a jovem, que foi espetada na barriga. RelatosA delegada titular da 3ª Delegacia, Ana Virgínia Paim, informou que a adolescente só recorda que o criminoso tinha pele negra. A titular fez o registro da ocorrência e encaminhou o caso para a 5ª Delegacia (Periperi), responsável pela área onde o fato aconteceu. A jovem foi levada para o Hospital Couto Maia, que fica próximo à 3ª Delegacia, para fazer exames e ser medicada. Com o semblante preocupado, uma das vítimas que prestaram queixa ontem disse que foi atacada na Liberdade, na manhã de anteontem. A mulher, que é funcionária de uma loja da operadora Oi, não quis ser identificada e disse que tomou apenas a vacina antitetânica. Ela não recebeu as medicações do coquetel antirretroviral. Segundo conta, o médico avaliou que seria desnecessário, já que, de acordo com a própria vítima, o homem não chegou a injetar o conteúdo da seringa. “Eu estava distraída, conversando no celular com um cliente quando ele veio, segurou minha pele e espetou meu ombro, mas não chegou a injetar nada”, disse. Conforme a vítima, o homem correu no meio da multidão e entrou em outra loja. “Não vi o rosto, não vi roupa, nada. Foi muito rápido”, comentou. Uma colega de trabalho que estava no momento disse que também não viu o homem e, na hora, se preocupou em dar socorro porque a amiga estava nervosa. “Ficou desesperada e a reação dela foi chorar”, afirmou. A vítima disse ainda que foi liberada do trabalho ontem e hoje para fazer os procedimentos necessários. Mais casosApesar de a Sesab confirmar a existência de dez vítimas, nem todas elas prestaram queixa à polícia. O CORREIO teve acesso a seis casos registrados em delegacias. Segundo a TV Bahia, outros dois casos ocorreram ontem. Um deles de uma mulher que teria sido espetada em São Cristóvão. Ao evitar que a filha pequena fosse ferida, ela acabou sendo a vítima. O outro caso é de um homem que conta ter sido atacado na Avenida Sete de Setembro. Os casos de ataque com seringa começaram no dia 18 de setembro, quando o motorista de ônibus Edson dos Santos Melo, 40, foi ferido enquanto trabalhava no Largo da Madragoa, na Ribeira. Ele também registrou queixa na 3ª Delegacia e contou que ao parar o coletivo em um ponto foi perfurado na região da face por um desconhecido. “O cara entrou pela frente e, antes de passar o torniquete, me atacou e desceu”, relatou. Ele está debilitado devido aos efeitos colaterais do coquetel de remédios. “Me deram medicamentos para hepatite, tétano e HIV. Vou tomar 28 dias”. Um soldado do Exército denunciou um caso parecido. Ele foi espetado no dia 7, quando caminhava na Avenida Joana Angélica, por volta das 12h30, após sair do trabalho, no Quartel da Mouraria. A vítima foi atacada no momento em que ele e o criminoso se cruzaram. “Ele disse que sentiu uma fisgada no braço e se desesperou quando viu a blusa manchada de sangue. Em seguida, viu o bandido correndo e segurando uma seringa”, disse a mãe do rapaz. TemorO terceiro caso registrado foi na terça-feira passada, envolvendo a operadora de caixa Eliana dos Santos Pires, 41, também na Ribeira. Ela estava em um ponto de ônibus, encostada em um poste, quando sentiu uma ferida nas nádegas. Ao olhar para trás, viu um homem negro se afastando do local, sorrindo, e com uma seringa na mão. Segundo a vítima descreveu, ele usava uma camisa listrada nas cores branca e azul. “O ponto tava cheio de crianças. Eu tava encostada no poste e senti a picada. Senti as pernas dormentes e o local dolorido”. Uma estudante de 12 anos também foi atacada na manhã de quarta-feira, também na Ribeira, agora na Rua Aníbal da Silva Garcia. De acordo com a delegada Ana Virgínia Paim, a estudante estava na companhia de uma colega, quando um homem negro, de estatura baixa e de porte atlético, espetou seu braço esquerdo e em seguida fugiu. Os três casos na Ribeira mudaram a rotina de moradores e chegaram a cancelar atividades em uma escola, por conta do medo de novos ataques.

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