Gatos escaldados, muitos motoristas resolveram completar o tanque, no final de semana, temendo um novo aumento no preço dos combustíveis. No entanto, esta segunda-feira (7) guardava uma surpresa positiva: as tabelas dos postos mais baratos de Salvador amanheceram com alguns dígitos a menos.
O CORREIO esteve em 20 postos e constatou que houve uma diminuição de R$ 0,17, na comparação entre o estabelecimento mais em conta visitado pela reportagem e o de menor preço segundo o levantamento feito na semana passada. A economia com estes poucos centavos pode chegar a R$ 8,50 em um carro com tanque de 50 litros.
Antes do anúncio de aumento de impostos pelo governo federal, o preço médio da gasolina em Salvador era de R$ 3,69. Após o reajuste, o motorista vinha se preocupando com o valor médio de R$ 3,91.
Segundo relatório da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o aumento na capital baiana foi de 5,96%. Em todo o Brasil foi de 8,23%. Isso até os postos de Salvador resolverem baixar os preços.
Mas por que baixou?
O motivo da queda dos valores nas bombas é a livre concorrência entre os estabelecimentos, segundo o presidente do Sindicato do Comércio de Combustíveis da Bahia (Sindicombustíveis-BA), José Augusto Costa. “Isso está acontecendo por conta de uma briga de mercado na busca desenfreada por vender mais. As empresas são livres para vender no preço que quiser”, afirmou.
Costa destacou, no entanto, que há distribuidoras vendendo o litro de gasolina por R$ 3,55, sendo que alguns postos estão vendendo o litro do combustível por R$ 3,56 ao consumidor. “Não sei como estão conseguindo vender por esse valor. Mas o preço é livre e a concorrência também é livre”, comentou ele, ao analisar o preço praticado pela maioria dos cerca de 200 postos da cidade.
O presidente do sindicato confirmou que houve queda nas vendas quando o valor do combustível chegou a ser vendido por até R$ 4,25, mas não soube precisar o percentual de redução do consumo.
Em nota, o sindicato explicou ainda que a variação de preços depende dos valores repassados pelas distribuidoras, do mercado, da concorrência, do custo de cada revendedor, além dos impostos que pesam no preço final.
Mais caros e mais baratos
Quem saiu na frente na lista da gasolina mais em conta pela segunda vez foi o Posto Shell Aeroclube, localizado na Av. Octávio Mangabeira, na Boca do Rio. Por lá, o litro da gasolina sai por R$ 3,54 - valor abaixo da média da semana anterior ao aumento, que era de R$ 3,69. Na semana passada, a gasolina podia ser comprada por R$ 3,76 no mesmo local (ver mais opções abaixo).
De acordo com Ulisses Guedes, proprietário do posto, o valor baixo é para promover o local inaugurado há pouco mais de um mês. “Na verdade, é uma tática que estamos utilizando para poder atrair a clientela. Ainda não temos um levantamento concreto para saber se esses preços vão causar prejuízos”, diz. A gasolina aditivada pode ser encontrada por R$ 3,89 e o álcool por R$ 2,87.
Na lista dos mais caros está o Posto Shell Pituba, na Pituba, que, diferente do Shell Aeroclube, resolveu manter o valor do combustível na casa dos R$ 4,15.
Gás natural
E tem muito motorista que, mesmo sabendo das desvantagens do gás natural para o motor, passou a utilizá-lo como alternativa para economizar. É o caso do taxista Everton Cleiton, 25 anos. “(Vou optar pelo gás) pelo menos até quando os preços baixarem novamente. O aumento só trouxe prejuízo, principalmente para quem precisa do carro para trabalhar. É por isso que sempre estamos atentos às viradas de preços para aproveitar as melhores ofertas”, disse o motorista.
Quem também tem sentido no bolso os efeitos dos impostos é o caminhoneiro de grãos Natanael Castro, 42, que chega a gastar R$ 2 mil para abastecer o tanque do caminhão com capacidade para receber até 600 litros. “Todas essas inflações vão se transformando em uma bola de neve. Aumenta o gás, a gasolina, só não aumenta o valor do frete”, lamenta.
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Redação iBahia
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