O Banco do Brasil abriu nesta quinta-feira (12), as inscrições do seu
concurso público com 8.630 vagas para o cargo de escriturário, com salários de R$ 2.732,04. As provas só acontecem no dia 9 de fevereiro, mas, para te ajudar a se dar bem no concurso, o
iBahia ouviu o professor de métodos de estudos para concursos, Waldir Santos, para falar sobre a importância da criação de estratégias para melhor aproveitar os conhecimentos adquiridos durante os estudos. Segundo o professor, mesmo o concurso estando longe de acontecer, é importante que as pessoas renovem o modo como estudam e deixem de escolher as matérias pela afinidade, realizando uma avaliação de rendimento de cada matéria. "Eu recomendo que as pessoas, imediatamente, façam uma avaliação do rendimento que elas têm em cada uma das matérias e, a partir desse rendimento, passem a tomar algumas decisões. A pessoa vai perceber que em determinada matéria está muito abaixo e em outras muito acima da sua própria média. Depois de uma semana, ela vai perceber que cresceu mais do que em uma matéria do que em outra e são essas matérias que devem ser priorizadas", pontuou. Waldir ressalta que uma segunda avaliação trará resultados ainda melhores. "A partir de uma segunda avaliação de rendimento, você começa a perceber que, caso se dedique mais a uma matéria, terá um resultado melhor. Vai ver que quando você dedica mais tempo, tem um ganho, mas não necessariamente é sempre assim". Ele também aconselha um tempo máximo de duas horas de estudo para cada matéria, intercalando-as entre pausas. "É preciso dividir o seu tempo disponível por dia em várias matérias, nunca estudar três, quatro, cinco horas a mesma matéria", avisa.
Atenção às dicas de Waldir Santos Dica 1Para o professor, as pessoas estão, de um modo geral, estudam errado ao priorizarem somente a leitura, criando uma falsa impressão de que o cérebro está captando as informações."Todo mundo está apenas lendo, 99% das pessoas precisam mudar a forma de estudar. Ler apenas não é método de estudo. A gente tem que desenvolver atividades que levem o cérebro a ficar ativo e a leitura não faz isso. A leitura é um procedimento muito cômodo, que não exige do nosso cérebro que ele fique em atividade. Por exemplo: lemos e depois de 20, 30 minutos paramos. Quando paramos, não sabemos onde estávamos. Isso é o que a maioria faz e é por isso que as pessoas têm dificuldade em aprender. No lugar de estudar através da leitura, a gente deve estudar com o trabalho", explica. "Como é isso: você pega um texto e transcreve, a próprio punho, aquilo que você não sabe dele. Parece uma coisa muito trabalhosa, mas isso é parte do método de estudos. Só que você vai fazer isso não em cima do livro ou da apostila, mas sim de um texto que você vai extrair do texto original. Um texto de 100 páginas, você vai transformar em um texto de 30 páginas e é com esse texto que você ai trabalhar, tirando tudo aquilo que é informação importante. É fácil descobrir qual informação é importante", ressaltou. "Se você, por exemplo, tem um texto onde aparece: 'No direito brasileiro, matar alguém configura crime de homicídio. Quem mata alguém estará sujeito a pena de reclusão de 6 a 20 anos se o homicídio for considerado simples'. Isso aparece em quatro linhas, você vai extrair, dessas quatro linhas, menos de uma linha que é a informação que é cobrada na prova: matar, homicídio, simples, 6 a 20, reclusão. Essas informações são as únicas que podem ser cobradas na avaliação. O resto do texto representa repetição, estrutura e coisas óbvias, como por exemplo a expressão 'na legislação'. Isso não cai na prova, o importante é só o que pode ser cobrado", explica. É importante lembrar que o método não é feito para ser concluído em apenas um dia. "O que você tem que fazer para extrair essas 30 páginas de um texto de 100 páginas é, no primeiro dia, fazer apenas um primeiro resumo. É uma sequência de resumos, mas você não vai fazer tudo no primeiro dia, porque vai criar a ilusão de que aprendeu, mas na verdade você não aprendeu".
Dica 2Outra dica crucial é o velho hábito de responder questões de concursos anteriores, mas não da forma convencional."No lugar de ficar respondendo as questões, é importante reconstruí-la sobre outro formato. Por exemplo: pegar duas questões 'A, B, C, D e E' e reconstruí-la como 'verdadeiro ou falso'. Isso vai fazer você manter seu cérebro em atividade e é isso que faz com que lembre das coisas. Ler somente é cansativo, enfadonho, monótono e desagradável, então o cérebro pensa na praia, na namorada, no passeio, na viagem, em tudo, menos no estudo", garantiu. Para Waldir, as pessoas que costumam reclamar da dificuldade de concursos são as que estudam errado. "A realidade é que as pessoas não utilizam métodos. Se acomodam com a ideia de receber dicas, pensam que é só estudar 'de qualquer maneira' e não passam. Isso costuma acontecer com quem fica dizendo que concurso é difícil, que não tem tempo para estudar... Existem métodos para quem não tem tempo para estudar, como o estudo em grupo", revela.
Dica 3O estudo em grupo, de acordo com o professor, é uma forma de absorver um grande número de informações em um curto período de tempo, mas há ressalvas. "Estudar em grupo é totalmente diferente de fazer do outro, o seu professor particular. Estudando em grupo, o que você aprende em 10 horas estudando normalmente, aprende em uma hora, dependendo do grau de dificuldade da matéria. Esse é o método ideal para quem não tem tempo para estudar", avisa. A escolha do grupo é um dos pontos chaves para alcançar o êxito com a medida. Segundo Waldir, o ideal não é chamar pessoas por afinidade e sim pelo nível de conhecimento. "Escolher bem o grupo não significa escolher quem mora perto, quem é 'CDF', quem tem material, quem é parente ou amigo, porque é o que as pessoas fazem em geral. Você deve estudar com pessoas que estão no mesmo nível que você. Se você está fraco na matéria, não estude com quem está forte e vice-versa. Eu costumo dizer para quem está forte não estudar em grupo e sim dar aula para quem está fraco. Outra coisa, não faça do estudo em grupo, um evento social. Você pode marcar com o grupo para ir para a praia, cinema, mas na hora do estudo, não faça disso um evento social", acrescenta. O professor ressalta ainda que cada estudante do grupo deve apresentar sua parte do conteúdo, sendo isso previamente solicitado pelos concurseiros. "É importante que esse conteúdo seja debatido com os colegas, sendo todos do mesmo nível. As dúvidas precisam ser tiradas e os questionamentos feitos em mesa, com todos vendo a apresentação", sugere. Depois disso, é necessário que cada componente do grupo faça exercícios do assunto estudado mais recentemente. "Você deve fazer exercícios exclusivamente desse assunto. Por exemplo, cada um separa 20 questões de ortografia, 20 questões de acentuação, 20 de crase e todos se juntam para fazer um banco de questões. Depois de responderem o exercício, todos vão olhar quais questões foram erradas e discutirão o porque a resposta foi 'A' e não 'B', mesmo que seja uma quantidade pequena. Estudando individualmente, a pessoa vai levar cinco, dez horas para perceber isso. No grupo, elas aproveitarão tanto quanto aproveitariam em dez horas de estudo", garante.
Mitos e verdades O professor ainda desmistificou o mito de que estudar na véspera faz mal para quem irá prestar concurso. Segundo ele, isso é para quem não está habituado a fazer prova ou precisa de uma desculpa, já que não aguenta mais os livros. "Isso é típico de quem está estudando contra a vontade, de quem não aguenta mais e quem não está habituado a fazer prova, que é um cansaço tão extremo que você tem que se preparar antes, ou seja descansar. Eu não digo que não se pode estudar na véspera, eu digo para as pessoas não estudarem quando estiverem cansadas", esclareceu.
Dica 4Para os que possuem dúvidas quanto ao que fazer no momento da avaliação, Waldir aconselha a não seguir a ordem de questões da prova. "É melhor saltar as que são de grande enunciado e as que estão visivelmente difíceis. Por exemplo, quando a questão fala sobre um assunto que você sabe que não domina, aí você pula. Quando chegar no final da prova, você volta para o começo. Aquela questão que você percebe uma dificuldade intermediária, pode dedicar um pouco mais de tempo para ela".
Dica 5 Outra questão esclarecida pelo apresentador foi a mudança de opções após a marcação na prova. Segundo ele, só se deve mudar uma opção marcada quando o motivo da mudança for a lembrança de alguma coisa que você não tinha pensado. "Mas se você não tinha lembrado de nada e resolve mudar, provavelmente você vai errar", avisa.
Dica 6 A distribuição de tempo para cada questão foi outro assunto comentado por Waldir. "Distribuir o tempo é importante, mas se você dedica quatro minutos para cada questão, não use quatro, use três. Logicamente você não vai ficar medindo isso. Depois que tiver passado 30, 40 minutos, você faz as contas para ver se seu ritmo está bom. Se não estiver, você acelera. É importante também deixar cerca de 15 minutos para responder o gabarito, uma boa folga para marcar, porque te dá tempo para fazer a revisão das questões". finalizou.As inscrições para o concurso do Banco do Brasil vão até o dia 7 de janeiro de 2014 e podem ser feitas através do
site da Fundação Cesgranrio, realizadora do processo seletivo.